Professor da USP defende a nova legislação sobre agrotóxicos
Em entrevista ao Jornal da CBN, José Otávio Menten, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da USP, fez um apanhado sobre as principais fake news relacionadas aos agrotóxicos.
Na pauta, a liberação de defensivos agrícolas no Brasil, as pesquisas em andamento e o futuro da agricultura brasileira.
Até maio desse ano o Governo Federal liberou 169 agrotóxicos, mas na realidade são produtos que já existiam no país, mas que agora estão disponíveis em suas versões genéricas.
“O número de pragas é muito grande, o número de culturas que precisam ser protegidas é muito grande, então há uma necessidade de termos uma diversidade grande de produtos.
Inclusive com preços diferentes, sempre colaborando para a sustentabilidade da nossa produção”, disse Queiroz.
Questionado sobre o uso do glifosato, o defensivo agrícola mais vendido do mundo, o professor explicou que ele também é o mais vendido do Brasil. Somente aqui, são 110 os produtos comercializados com glifosato, de 29 empresas diferentes. Em 2017, por exemplo, foram 173 mil toneladas vendidas.
“Esse produto tem uma série de vantagens ambientais e é bastante seguro. Estudos recentes não mostraram nada prejudicial sobre o glifosato. Ele foi muito importante na implantação do plantio direto no Brasil, um dos benefícios é que trouxe a redução da erosão”, explicou ele.
De tempos em tempos um assunto vem à tona quando se fala de agrotóxicos: produtos que estão proibidos em outros países seguem liberados no Brasil.
No entanto, é preciso entender as características de cada país, ou seja, de cada solo. Por exemplo, por que deixar no mercado um produto que não é eficaz para determinado tipo de solo? Assim, muito laboratórios descontinuaram seu uso.
Uma outra polêmica diz respeito às medidas do uso dos pesticidas. Seriam baixos lá fora e teriam volume muito superior aqui no Brasil.
Segundo o professor, cada país cria a sua legislação, e para isso são analisados o clima, o ambiente, o tipo de solo, entre outros fatores
“Os limites estabelecidos no Brasil estão de acordo com os dados apurados aqui. O comportamento dos produtos químicos mudam conforme condições climáticas e de solo.
Por exemplo, se houver algum fato ou pesquisa que demonstre que o uso do glifosato traz prejuízo, o setor vai se posicionar de maneira mais clara”, completou.
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