O Brasil faz uso de defensivos agrícolas em 8% de sua área, diz estudioso
Pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista (UNESP) e no Natural Products Utilization Research Unit – NPURU/ USD, nos Estados Unidos, Caio Carbonari é o nosso entrevistado no ping-pong da semana.
O especialista, que também é professor adjunto do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, desmistifica algumas fake news espalhadas incessantemente pela internet ao apresentar dados científicos.
Confira o nosso ping-pong:
1 – O Brasil usa os agrotóxicos de forma correta?
O Brasil, quando nós olhamos o uso de defensivos agrícolas pela área agrícola, nós fazemos um uso bastante racional. Nós usamos essa quantidade relativamente baixa comparada a muitos outros países.
Países europeus por exemplo, o próprio Japão, são países que usam mais defensivos por área que o Brasil. Mais que isso: o Brasil faz uso de defensivos agrícolas em 8% de seu território, enquanto outros países fazem uso de 50, 60, 70% de seu território.
2 – Nossos produtos têm resíduo de agrotóxico?
O Sistema Regulatório Brasileiro é fundamentado em conhecimento científico e tem robustez necessária para garantir segurança do uso dos defensivos, para garantir que os níveis de resíduo eventualmente presente nos alimentos estejam dentro de uma margem de segurança muito grande. Os resultados são muito positivos, temos 97% de todas as amostras em conformidade, isso mostra um uso bastante adequado e correto.
3 – E esses 3%?
Os 3% das amostras que se encontram com nível de resíduo acima do permitido é algo que a gente tem que trabalhar, combater e conscientizar para fazer um uso mais correto, mas ainda assim, dentro de uma margem imensa de segurança, que não trará problemas importantes, do ponto de vista da saúde.
4 – O Brasil aumentou o número de defensivos?
Isso não é verdade. Tem vários indicadores que mostram isso. Quando nós olhamos o gráfico de 2013 e 2017 com a mesma base de dados, há uma redução de uso de defensivos, 12,5%, o que não é uma tendência mundial. Vários países aumentaram o uso de defensivos desse período. O Brasil tem 12,5% de queda, França tem queda pequena e outros países, mesmo patamar.
5 – Vai ter mais agrotóxico com a nova lei?
De forma nenhuma. Na verdade, 1º, com a mudança na lei, o processo, ele mantém o rigor, ele não é nem mais flexível, nem mais rígido, ele é o mais correto no fato de permitir que essas tecnologias cheguem ao mercado. Não significa usar mais, talvez substituir produtos de maior risco.
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