“Diferente do cigarro, agrotóxico tem dose segura”, diz médico
Mestre em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela Universidade de São Paulo (USP), o médico Sergio Graff participou da Comissão Geral da Câmara dos Deputados, que discutiu o Projeto de Lei 6299/02, que estabelece novas regras para aplicação e análise dos agrotóxicos.
Segundo ele, os estudos toxicológicos dizem que os agrotóxicos não possuem substâncias genotóxicas, aquelas que alteram o dna. Ele exemplificou dizendo que uma pessoa pode ter câncer fumando um cigarro por dia, dez ou vinte, isto é, não há dose segura.
“Já os agentes que não são genotóxicos tem um mecanismo chamado de dose-resposta e possuem dose segura. Quanto maior a dose, maior a resposta. Isso pressupõe que você tem sim uma dose sem efeito. Um medicamento tem uma dose segura, uma dose que intoxica e uma dose sem efeito. Se eu te receitar três comprimidos de antibiótico por dia e você tomar seis vai ter uma intoxicação, se tomar três estará dentro da sua dose segura e se tomar um não vai funcionar”, detalhou.
Ainda de acordo com o especialista existe sim uma dose sem efeito no final, na hora da colheita, que é segura para as pessoas que vão consumir esses alimentos. Ele destacou que é preciso discutir o tema tecnicamente, não de maneira apaixonada.
“Temos um debate acalorado que sempre vai existir quando você tem opiniões distintas, mas a toxicologia te dá subsidios para você decidir tecnicamente e não baseado na emoção”, finalizou.
Comissão Geral
O evento contou com a participação de representantes de diversas entidades do agronegócio brasileiro, deputados federais, produtores rurais, médicos, empresários, pesquisadores e professores.
Projeto de Lei
Para que você consiga compreender tudo o que envolve a aprovação do Projeto de Lei 6299/02 preparamos este artigo, onde você poderá conhecer um resumo do PL. Clique aqui.
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