Tropicalidade é a marca das frutas brasileiras no mundo
Todo mundo gosta de uma frutinha, mas você sabia que a Coreia do Sul é fã das nossas mangas? E que o povo dos Emirados Árabes ama nossos melões? As frutas brasileiras estão conquistando o mundo e prova disso é que as nossas exportações tiveram alta significativa no primeiro semestre de 2019.
Dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores (Abrafrutas) mostram que de abril a junho deste ano foram exportadas mais de 429 toneladas, isso significa um aumento de 21% em volume e 15% em valor comparado ao mesmo período de 2018.
Destaque para uva que teve aumento de 224% em volume, banana 57%, manga 56% e melões 39%.
Para o diretor executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, 2019 foi um ano favorável principalmente devido ao bom clima, já que nos anos anteriores houve chuva em alguns lugares e seca em outros. Outra fator que alavancou as exportações foi o programa “Frutas do Brasil”, focado em novos mercados.
“Esse é um trabalho de aproximação que está sendo realizado há cinco anos e que começa a mostrar resultados. Lá fora estamos vendendo os nossos pontos fortes: sabor, tropicalidade, frescura”, detalhou Brandão.
O executivo destacou ainda a assinatura do protocolo da primeira fruta fresca a ser exportada para a China, no próximo dia 23/10, em Pequim: o melão. Ele disse que “teremos de dobrar a nossa área plantada para atender a essa demanda”. Atualmente o Brasil só envia frutas processadas e/ou secas para o país asiático.
“A partir de agora o Brasil também exporta manga para a África do Sul e abacate para a Argentina”, disse.
Grande Potencial
Se olharmos para a pesquisa do Trade Map/ITC, observamos que juntos União Européia – Brexit, Reino Unido e Estados Unidos recebem 85% de todas as frutas que o Brasil exporta para o mundo. Apenas a UE comprou US$ 132 milhões em manga; US$ 130 milhões em melões frescos e US$ 85 milhões em limões.
Assessor de relações internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Pedro Henriques Pereira, acredita que apesar do grande sucesso das frutas populares ainda temos um vasto mercado a ser explorado para venda do cupuaçu, umbu, entre outras frutas tidas como exóticas.
“Precisamos produzir em grande escala. Existe demanda, existe espaço no mercado, mas precisamos melhorar a nossa produção, suprimento, e fornecimento”, explicou.
Em outro patamar está o açaí, encontrado facilmente na Tailândia, Austrália e Estados Unidos. A fruta, que é a cara da Amazônia em todo o mundo, também é alvo de programas da CNA que visam mostrar aos representantes das embaixadas como se dá a produção e o beneficiamento da fruta.
“Por meio do Agrobrazil levamos os representantes para conhecerem a produção brasileira de frutas. Visitamos Castanhal, no Pará, famosa pelo açaí e a região do Vale do Rio São Francisco, conhecida pela fruticultura irrigada”, disse Pereira.
O investimento em promoção e a diversificação de mercados contribuem para ampliar as exportações e confirmar o grande potencial do Brasil.