Um dos grandes salvadores da lavoura mora debaixo da terra
Conheça um pouco mais sobre o fungo Trichoderma, a espécie mais usada no controle biológico no Brasil
A garapa e as frutas da feira, os legumes e verduras da salada da hora do almoço, o feijãozinho de todas as refeições do brasileiro, o algodão de suas roupas, e mais uma infinidade de plantações estão sendo salvas a cada dia por uma espécie de fungo que, provavelmente, você jamais ouviu falar: o Trichoderma ssp.
Não se assuste com esse nome. É científico (ele não tem um mais comum) e designa uma espécie de fungo que vive no solo e vem alavancando a produtividade desses alimentos e do algodão. Nas regiões agrícolas do Brasil, há quatro variedades dessa família que são as mais requisitadas para o controle biológico (o T. asperellum, o T. harzianum, o T. koningiopsis e o T. stromaticum).
Isso porque além de servirem a diferentes tipos de plantações, elas se adaptam a diversos ambientes e climas. O Trichoderma tem interesse em parasitar e devorar pragas que se alimentam das raízes das plantas. Fungos, como o mofo branco, que atacam a soja, além de vermes de solo, também conhecidos como nematoides, estão entre as suas principais vítimas.
Para entrar em ação, o Trichoderma pode ser lançado nas plantações por máquinas de pulverização, abastecidas com uma calda cheia de estruturas reprodutivas do fungo; ou pode ser utilizado como um tratamento que reveste as sementes antes do plantio.
O Trichoderma ainda faz um serviço bacana de ofertar nutrientes à planta, após atacar as pragas que estão presentes no solo. Esse efeito induz o fortalecimento da raiz dos vegetais, fazendo com que a planta se torne ainda mais produtiva. Atualmente são 23 produtos que fazem o uso do Trichoderma ssp. O Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa) tem aprovados 236 defensivos biológicos formulados. A revolução biológica está apenas no começo, confira nas próximas semanas quais outros agentes que estão bombando nos campos agrícolas do Brasil.