“Na Europa, existe uma má vontade com o Brasil”, diz ministra Tereza Cristina
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lembra em encontro na Índia que o Brasil avança em ganhos de produtividade e ainda conta com áreas de sobra para a produção agrícola
Em pautas ou reuniões internacionais, são recorrentes ataques à produção agropecuária brasileira. Na maioria deles, relacionando o aumento da produção agrícola nacional com ações de desmatamento, especialmente no bioma amazônico. “Na Europa, existe uma má vontade com o Brasil”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante o encontro presidencial em Nova Delhi, na Índia, nesta semana. “O Brasil é a bola da vez, como se a gente não fizesse nada certo, o que não é verdade. Essa imagem tem interesses, é o medo que agricultores de muitos países da Europa têm do Brasil, que aumentou com o acordo EU Mercosul.”
O agro brasileiro vem crescendo sustentavelmente, esclareceu Teresa em seu discurso durante essa reunião entre os chefes de Estado do Brasil e da Índia: “Além de altamente produtiva, a agropecuária brasileira também preza pela qualidade, o que se reflete no elevado status sanitário do País”.
A ministra disse isso com propriedade, pois o agro brasileiro vem mostrando ao mundo que preserva e produz, ao mesmo tempo. Dos 564,5 milhões de hectares de florestas e matas brasileiras, 218,0 milhões de hectares estão em propriedades rurais, segundo a Embrapa. Essa área rural de florestas e matas representa 25,6% de toda a área do Brasil.
No quesito produção, o avanço da produtividade e produção nacional é bem maior do que o avanço sobre as áreas agricultáveis. Considerando as estimativas para a safra de grãos 2019/2020, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 43 anos, o avanço foi de quase duas vezes. Já a produtividade, foi 3,1 vezes maior nesse mesmo período e a produção foi multiplicada por 5,3 vezes.
Banco de área agricultável
O País ainda dispõe de uma reserva de área gigantesca que está fora das áreas florestais. Trata-se das áreas de pastagens que somam exatamente cerca de 180,3 milhões de hectares, segundo o estudo de uso de terras no Brasil feito pela Embrapa Territorial. Parte dessa área está degradada ou em processo de degradação por conta da subutilização por parte da pecuária.
Com o avanço de uma criação de bovinos mais produtividade e em menor área é possível destinar grande parte dessas terras para a produção de grãos. Estudos da própria Embrapa falam que essas áreas degradadas e em processo de degração atinge 80% da área total de pastagens, o que representaria 144,2 milhões de hectares. Isso significa que o agro poderia aumentar 3,2 vezes sem precisar derrubar uma árvore sequer.