Há espaço para alimentos orgânicos e convencionais, avalia ex-ministro
Para ex-ministro Roberto Rodrigues, o agro produzirá a partir das demandas de mercado
Em entrevista ao Estadão, publicada nesta quarta-feira (5), o engenheiro agrônomo, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, afirmou que há espaço para agro tanto para os alimentos convencionais e orgânicos. Para ele, tudo dependerá da demanda. Se houver qualquer tipo demanda, o agro certamente produzirá. Só não será produzido algo se ninguém quiser comprar.
Para Rodrigues, a produção de orgânicos é um segmento do agro brasileiro que não pode ser menosprezado. Isso porque representa uma linha de produção na qual se consegue agregar valor. É também um segmento que está apostando nas tendências dos consumidores.
Setor em alta
Essa tendência é o que puxou a percepção de alta do mercado de alimentos orgânicos no Brasil. Em 2019, a movimentação econômica é estimada em R$ 4,6 bilhões, segundo a Organis, entidade com sede na capital paulista e que reúne empresas, produtores e fornecedores de alimentos orgânicos. Em comparação com o ano de 2018, os números seriam de 10% a 15% maiores.
Para a entidade, até os números de exportação foram positivos. Uma pesquisa, com os números do comércio internacional de 26 empresas associadas à Organis, revelou um total de negócios de US$ 190 milhões. O crescimento foi de 5% em comparação com 2018, com os números desse mesmo rol de empresas.
Tendência para 2020
O faturamento das empresas deve continuar crescendo. Neste ano, a Organis projeta uma alta de, pelo menos, 10% na receita do setor. Essa estimativa se baseia em maior procura por alimentos a base de vegetais (como as linhas de hamburgueres e demais proteínas vegetais com gosto de carnes bovina e de frango). O estímulo também deve vir de maior compra de alimentos orgânicos para compor a merenda escolar, além do próprio aumento na produção de frutas, hortaliças, frango e leite.
O que é um alimento orgânico?
Só dizer que é orgânico não resolve. É preciso comprovar. É isso que garantirá a compra de um produto ou alimento que:
- saiu de um sistema orgânico de produção agropecuária ou, a partir de processos extrativistas sustentáveis;
- não recebeu aplicação de substâncias sintéticas para o controle de pragas e doenças;
- não foram cultivados com fertilizantes sintéticos;
- não vieram de sementes de plantas geneticamente modificadas.
As normas dessa produção são regidas pela Lei 10.831, de 2003. E aí, gostou da matéria? Compartilhe-a em suas redes sociais. Siga também o AgroSaber nas redes sociais! (os links estão logo aí abaixo).