O animal nasceu de uma pesquisa que apresentava os primeiros animais transgênicos no País

A pesquisa científica tem algumas formas inusitadas para demonstrar a teoria na prática. Para testar a técnica de obtenção de exemplares de organismos geneticamente modificados (OGMs) ou, simplesmente, transgênicos, os pesquisadores brasileiros criaram um boi que brilha no escuro.

Os pesquisadores precisavam fazer uma experiência que fosse de fácil comprovação. Por isso introduziram um gene de uma espécie de água-viva, no código do DNA, desse bovino. Esse gene é responsável pela característica de coloração na água-viva. Portanto, se a experiência desse certo, então poderia ser visto o brilho na pele do boi.

Essa pesquisa foi feita na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gado de Leite. A estatal é o maior centro de pesquisa rural do Brasil. Essa unidade, em questão, fica em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais.

A técnica foi bem sucedia, segundo o médico veterinário Luiz Sérgio Camargo, pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Era possível ver o brilho em amostras de pele coletadas desse bovino no laboratório. “É o que chamamos de um gene repórter”, explica Camargo. “Trata-se de um gene que pode se expressar visualmente. Se tivéssemos inclusive uma câmara que coubesse o animal, dava para ver parte de sua pele brilhando”, diz.

A experiência com esse boi foi em meados de 2013 e 2014. Foi o pontapé inicial do estudos sobre biotecnologias em animais, nessa unidade da Embrapa. Foi a partir desse estudo que nasceu o bezerro que pode ser a promessa para um leite menos alergênico.

E que possam surgir animais resistentes a parasitas e inflamações, bem como para a geração de rebanhos que garantam um leite com foco medicinal, inclusive.

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