Brasil começa a colheita de arroz no RS com expectativa de 10,5 milhões de toneladas!
A expectativa é que o País colha 10,5 milhões de toneladas numa área de 1,7 milhão de hectares
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, abriu nesta quarta-feira (12), o Fórum Técnico da programação da 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que acontece até sexta-feira (14), na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), região de Pelotas (RS).
A expectativa é que o País colha 10,5 milhões de toneladas, o que pode representar uma leve alta de 0,6% em comparação à safra 2018/2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O salto se deve inclusive a ganhos de 1,7% produtividade – saindo de 6,2 toneladas por hectare para 6,3 toneladas por hectares, nesta temporada de colheita. Isso porque a área cultivada de arroz deve ser menor que a da safra passada. A área colhida estimada pela Conab é de 1,7 milhão de hectares, 1% menos que a do ciclo 2018/2019.
Historicamente, o Rio Grande do Sul é o Estado que mais produz arroz no País. Nesta safra, os gaúchos são responsáveis por 69,4% da produção do cereal colhido nacionalmente. E é por isso que são eles que fazem a abertura da colheita.
Fórum
Abordando questões de fundamental importância para o setor, como sustentabilidade, tecnologia, inovações e sementes certificadas, entre outros, Velho destacou que o evento é um local de trabalho e profissionalismo.
“Não é por acaso que reunimos soja, pecuária, armazenagem e pastagem com arroz. Estamos insistindo nesse sistema de produção, pois acreditamos que é o grande caminho para o produtor trazer renda ao seu negócio”, afirmou, complementando que desta forma reduzem as plantas invasoras e resistentes nas lavouras.
Sustentabilidade
Palestrante do painel Sustentabilidade: tecnologias, inovações e desafios para a produção de arroz, a coordenadora da Estação Regional de Pesquisa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Mara Grohs, defendeu a necessidade de valorização comercial do arroz.
Conforme ela, o consumo vem decaindo e, atualmente, soma 34 quilos do cereal, ao ano, por pessoa. “Aquele saco de 5 quilos não se reinventa, trata-se do mesmo que era utilizado por meus avós para guardar documentos. Quando vamos comprar arroz na prateleira, exceto a diferença de cor, são todos iguais”, apontou.
Produto de origem
Mara alertou que, cada vez mais, é maior a parcela da população que deseja saber a história do alimento que está consumindo. “Como o arroz foi produzido? Quais as práticas que foram empregadas? Porque essas informações não estão disponíveis nas embalagens? Porque estamos realizando o plantio direto, menor emissão de gases, agroquímicos, baixa utilização de água e isso não está escrito?”, provocou a coordenadora.
Para Mara, o setor está perdendo oportunidades. “Essa nova geração só vai permanecer na lavoura de arroz se nós traçarmos um caminho, um sistema sustentável social, financeiro e ambiental”, enfatizou, destacando que os produtores precisam melhor explorar e serem remunerados por essas questões.
Combate a pragas
Outro palestrante do mesmo painel, o pesquisador da Epagri, de Santa Catarina, Marcelo Mendes Haro, abordou a importância de um mix de recursos e ferramentas para o monitoramento de pragas. De acordo com ele, alteradores de comportamento, como feromônios, devem passar a ser mais utilizados nas lavouras em conjunto com armadilhas luminosas, por exemplo.
“Hoje há opções 100% autônomas, com energia solar”, destacou, lembrando que a questão química passará a ser utilizada de forma alternativa. “A nossa revolução será biológica”, finalizou.
Fonte: Com informações da Federarroz e Conab