Saiba por que o reinado egípcio cresce nas águas brasileiras

Saiba por que o reinado egípcio cresce nas águas brasileiras

O salto da produção de tilápia foi de 7,96% em comparação a 2018 e hoje ela compõe 57% dos peixes cultivados nacionalmente

Com uma produção de 432.149 toneladas, a tilápia representou 57% de toda a Piscicultura brasileira em 2019. No ano anterior, a espécie de origem egípcia participou com 54,1%. O resultado de 2019 foi 7,96% superior ao de 2018, comprovando a preferência nacional pela espécie. Os dados são do Anuário de Piscicultura 2020 da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

A tilápia está presente em todos os Estados, exceto Amazonas, Rondônia e Roraima. Com esse resultado, o Brasil consolida-se na 4ª posição entre os maiores produtores de Tilápia no mundo.

Com os resultados, o Brasil aumentou a distância do 5º e 6º maiores produtores (Tailândia e Filipinas), que ficaram no patamar de 350 mil toneladas por ano. A China mantém-se, com grande folga, na liderança, com 1,93 milhão de toneladas (2019). A Indonésia está em 2º lugar, com 1,35 milhão de toneladas, informa a FAO. O Egito (3º lugar) produziu 900 mil toneladas no ano passado.

Peixes nativos

O levantamento da Peixe BR identificou estabilidade na produção de peixes nativos em 2019, com aumento de apenas 20 toneladas na produção, atingindo 287.930 toneladas. “Sob o ponto de vista da produção e oferta de peixes nativos, o resultado é positivo, pois inverteu a tendência de queda verificada nos anos anteriores”, diz Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.

Entre 2018 e 2017, a produção nacional de peixes nativos, liderada pelo tambaqui, recuou 4,7%. Com o resultado de 2019, os peixes nativos passaram a representar 38% na produção total, recuando quase dois pontos percentuais em relação aos 39,84% do ano anterior.

Outras espécies

As outras espécies de peixes de cultivo (lideradas por carpas, truta e panga) representaram uma grata surpresa no desempenho da Piscicultura brasileira em 2019. O levantamento da Peixe BR mostra que a oferta dessas espécies (ainda pequena) saltou 8,72%, saindo de 34.370 toneladas para 37.927 toneladas.

Com isso, a participação no total da produção pulou de 4,6% para 5%. Entre os motivos do aumento da produção dessas espécies, destaca-se a presença do panga em estados das regiões Sudeste (principalmente em São Paulo) e Nordeste, além do aumento das carpas e trutas na região Sul.

Paraná

Entre os Estados, o Paraná apresentou espetacular crescimento de 18,7% na produção de peixes de cultivo em 2019, com 154.200 toneladas.

Com isso, não apenas se consolida na liderança por estados como amplia a vantagem sobre o 2º colocado (São Paulo). Na contramão, São Paulo e Rondônia, respectivamente 2º e 3º maiores produtores de peixes de cultivo do país, tiveram um ano negativo, reduzindo sua produção.

A região Sul ampliou sua participação na Piscicultura brasileira, alcançando 30,3% da produção total em 2019, segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) – foi de 27,5% no ano anterior. Em seguida, vêm as regiões Norte (20%), Nordeste (18,35%), Sudeste (16,8%) e Centro-Oeste (14,55%).

Ao contrário do Sul, todas as demais regiões perderam espaço. O maior recuo foi do Centro-Oeste. Em termos de produção, o Sul avançou 15,51% em 2019. O Nordeste (3,46%) e o Sudeste (2,58%) também cresceram no ano passado. Centro-Oeste (-2%) e Norte (-0,6%) perderam espaço.

Fonte: Ascom/Peixe BR