Do franguinho ao frangão! Saiba como a ave cresceu sem uso de hormônios
O tripé genética, saúde e uma boa alimentação tornou o frango uma das maiores potências para a alimentação humana
A saga do super frango continua no AgroSaber. Saiba agora como essa ave se tornou uma das grandes promessas da alimentação humana. E, definitivamente, essa evolução não tem a ver com hormônio, mas com ciência e boas práticas agrícolas.
Como já revelamos, o princípio dessa história começou com o desenvolvimento de animais para competição em exposições agropecuárias, em quesitos de padrões de beleza, no final dos anos de 1860 e início de 1870. A partir dessa história os produtores começaram a diferenciar as raças entre as que são voltadas para a produção de ovos e de carne.
Choque de sangue
Os cientistas descobriram que um dos caminhos para criar animais com maior desempenho era o cruzamento entre diferentes linhagens e raças de aves. “Não fazia diferença se duas raças iguais ou diferentes eram cruzadas”, afirma Elsio Figueiredo, zootecnista e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC). “Observou-se que a progênie (linhagem) era mais prolífica do que as raças ou famílias puras”, explica .
A lógica é a mesma para qualquer cruzamento no mundo. Trazer sangue novo a uma raça sempre traz benefícios aos descendentes. No caso do frango resultou em aves mais produtivas.
A dupla sanidade e alimentação
Mas ainda havia um porém: a genética não era a resposta para tudo. Os animais eram mais produtivos, mas faltava algo para melhorar o sistema de criação. “No início, as limitações não eram apenas de ordem genética. Existiam outros problemas. Por exemplo, não havia ração balanceada e a melhor alimentação era o milho ou o milho e algumas misturas de farelos”, explica Figueiredo. “Essa dieta não permitia grandes ganhos em melhoramento genético, pois nem sempre as aves de melhor potencial conseguiam expressar e desenvolver esse potencial”.
A resposta foi um controle sanitário cada vez mais rigoroso e robusto e uma alimentação mais rica. Além de instalações de criação melhores com maior controle térmico para mais conforto para os animais.
A evolução
Um trabalho como esse envolveu não somente empresas de genética de aves, mas toda uma cadeia com indústrias de medicamentos, vacinas, rações, instalações e boas práticas agrícolas. Isso que foi o grande segredo para a evolução do frango que encontramos hoje para comprar nos supermercados.
Antes da revolução no melhoramento genético das galinhas, os frangos de corte geralmente eram os machos das raças de galinhas existentes, segundo Figueiredo. As aves eram de origem americana, europeia ou asiática. Postos para engordar, os frangos levavam 84 dias de idade para chegar ao peso de abate de 3 quilos.
Em 1930, as aves, em média, alcançavam 1,5 quilo em 105 dias de idade e consumiam 3,50 quilos de ração para cada quilo de ganho de peso. Em 1960, após o início dos programas objetivos de melhoramento genético, passaram a atingir 1,6 kg em 56 dias, consumindo 2,25 quilos de ração para cada quilo de ganho de peso.
“Cinquenta anos mais tarde, em 2010, os frangos alcançaram 2,3 kg em média, no período de 42 dias, com conversão alimentar de 1,7 quilos para cada quilo de ganho de peso”, explica Figueiredo.
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