“Conseguimos ficar meses sem comprar uma roupa, mas não ficamos uma semana sem comer”, diz presidente da BRF
Em entrevista à Folha de São de Paulo, Lorival Luz, presidente da BRF, uma das grandes processadoras de alimentos do País e dona das marcas Sadia e Perdigão, defende a manutenção das infraestruturas de logística no País para o funcionamento de uma empresa de alimentos como a BRF.
“Conseguimos ficar meses sem comprar uma roupa. Mas não ficamos uma semana sem comer”, disse Luz ao jornal.
A fala do executivo vem como reforço à reunião virtual de empresários brasileiros com o presidente da República, Jair Bolsonaro, ocorrida na sexta-feira (20). Participaram dessa teleconferência diversos líderes de empresas do País, incluindo os dirigentes de companhias do setor de alimentos.
Restrição de movimentação x abastecimento
A preocupação de Luz é relacionada à manutenção da cadeia de produção atuante, mesmo com o avanço de medidas de restrição de movimentação de pessoas nas ruas, em todo o País. Uma empresa como a BRF, por exemplo, depende do fornecimento de grãos, ração, além de os insumos para cada uma das empresas que estão ligados à companhia.
Um desses elos é o próprio produtor rural que recebe via transportadoras a ração e as aves para serem engordadas. Segundo a reportagem, é preciso manter esse ciclo até para garantir a sobrevivência dos animais. Por isso é crucial que seja permitido o trânsito livre nas estradas e rodovias do País.
Processamento
Com esse contingente mantido, a BRF poderá assegurar sua produção. São 4,5 milhões de toneladas de alimentos comercializados em todo mundo, a partir de de 35 fábricas, 40 centros de distribuição e 1 centro de inovação. Atualmente a empresa emprega um pouco mais de 88 mil funcionários diretos.
Da fábrica ao consumidor
Depois de processada, os cerca de 4,5 milhões de toneladas de alimentos passam a ser distribuídos para as redes de supermercados. São cerca de 4 mil tipos de produtos entre carnes suína e de aves, além de outros alimentos e refeições prontas. Para esse fluxo é imprescindível a liberação do trânsito nas estradas.
Aplausos
Para homenagear todos os trabalhadores que estão mantendo o abastecimento do País, integrantes da cadeia de alimentos defendeu uma sessão de aplausos na noite de ontem (22) para homenagear produtores rurais, transportadoras, indústrias, atacadistas e varejistas. A campanha circulou nas redes sociais e pediu que os brasileiros saíssem nas janelas de suas casas às 21h do domingo, para agradecer todos os profissionais que atuam no setor de alimentos, e que não pararam por conta do novo coronavírus.
O AgroSaber continuará atualizando seus leitores sobre o impactos do novo coronavírus no agro brasileiro. E aí gostou da matéria? Você pode: curtir, comentar e compartilhar. (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo)