“No meio ambiente, a burocracia também devasta”
Entidades do agro, da construção civil, da indústria e do comércio vão a público para defender desburocratização aliada à preservação ambiental
Com o argumento central “No meio ambiente, a burocracia também devasta”, 88 entidades uniram-se e publicaram, nesta terça-feira (26), um manifesto, de página inteira, nos jornais de maior circulação nacional, como a Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo. O objetivo é alertar a população sobre os efeitos benéficos que ações como a regularização fundiária, em todo o território brasileiro, trará ao meio ambiente e à sustentabilidade.
Além de 29 entidades do agro brasileiro como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), o manifesto é apoiado por outras entidades dos setores de indústria, comércio, construção civil e do ramo imobiliário.
Com o manifesto, o grupo de entidades reafirma seu compromisso com a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, condenando os infratores que, além de causarem prejuízos ambientais e à imagem do País, praticam concorrência desleal à empresas regulares e responsáveis.
“Condenamos, também, a agenda burocrática que utiliza a bandeira ambiental como instrumento para o travamento ideológico e irrazoável de atividades econômicas cumpridoras das leis e essenciais ao desenvolvimento do País”, diz o grupo de entidades. “Tal agenda afasta investimentos e subtrai empregos, gerando pobreza em vez de respeito ao meio ambiente.”
Respaldo da pesquisa
A regularização fundiária, uma política de titulação formal de terras aos pequenos proprietários rurais, é uma grande ferramenta de controle ao desmatamento ilegal, como já foi constato nos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Segundo o Prodes, em 2017, o desmatamento em áreas sem a titulação formal foi 134% maior do que em áreas tituladas.
Já o mais recente estudo do MapBiomas mostra que 99% do desmatamento no Brasil em 2019 foi ilegal. O MapBiomas é uma iniciativa que reúne dezenas de entidades, como universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia. Ao longo do ano passado, foram 12 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa destruídas e 56 mil pontos de desmatamento – a totalidade foi ilegal.
“As ações do Ministério do Meio Ambiente, na defesa da legislação e dos interesses ambientais com sensibilidade ao desenvolvimento do País de forma sustentável e legítima, contam com o nosso total apoio”, encerra o manifesto.
O AgroSaber continua com sua missão de poder informar e esclarecer qualquer mal entendido sobre as medidas que garantem mais dinamismo ao agro brasileiro.