Em 20 anos, Brasil dobra a produção de carne
Pesquisadores revelam uma tendência sustentável na produção de carne bovina no País
O Brasil possui o maior rebanho bovino do mundo. São 213,8 milhões de animais, segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número bem maior que os 185,7 milhões da Índia e os 94,5 milhões dos Estados Unidos.
E, segundo os pesquisadores da Embrapa, o Brasil caminha para uma produção cada vez mais sustentável e produtiva. Estudos mostram que, em 20 anos, o desempenho da produção de carne por área mais do que dobrou.
Em 1997, em um hectare o País rendia 20,57 quilos de carcaça bovina. Atualmente, se produz 44,17 quilos no mesmo hectare de terra. O aumento foi de 114,73%. É importante lembrar que todo movimento de melhoria na pecuária é de longo prazo. Por isso, um salto como o que foi realizado é motivo para se comemorar.
Este é o resultado do estudo dos pesquisadores Guilherme Cunha Malafaia, Paulo Henrique Nogueira Biscola e Fernando Rodrigues Teixeira Dias. Eles compõem o time de cientistas do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS).
O grupo já vem produzindo análises desde 2014, com a criação do CiCarne. Sua missão é de monitorar a cadeia produtiva da carne bovina brasileira visando identificar sinais, tendências e inovações, além de produzir informações qualificadas para dar suporte a governos e empresas.
Sustentabilidade
Nas últimas décadas, o modelo de produção pecuária no Brasil mudou sensivelmente, segundo um dos relatórios mais recentes do CiCarne. Os produtores brasileiros passaram a priorizar tecnologias mais intensivas e com maior investimento em estruturas e equipamentos nas fazendas, isso reflete com melhor desempenho técnico e econômico na atividade, e que geraram significativos ganhos de produtividade.
Dentre as tecnologias estão a adoção de sistemas integrados de produção (lavoura, pecuária e floresta), o melhoramento genético de animais, a adubação de manutenção de pastagens, a recuperação de pastagens e as boas práticas de produção animal.
Mais carne em menos área
Os ganhos de produtividade da pecuária brasileira, além da efetiva contribuição ao aumento da renda, também resultaram em notável redução do impacto ambiental da atividade com a melhoria das pastagens. Essa melhoria vinda através de estudos da Embrapa foi possível a partir da geração de plantas que dão mais raízes, e, consequentemente induz a mais matéria orgânica no solo. Quanto mais eficientes são essas plantas, mais elas sequestram mais gás carbônico, como.
Outros benefícios são o maior armazenamento e eficiência do uso da água e de nutrientes no solo, tornando-o cada vez mais fértil. “Esse movimento, se trabalhado estrategicamente, melhorará a imagem do setor de bovinocultura de corte no País perante a opinião pública nacional e internacional. Haverá maior produção, integrada à biodiversidade, com menor uso de terras para a atividade”, diz nota do relatório do CiCarne.
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