Alimento, que já foi considerado vilão da saúde, virou o jogo e é reconhecido como a proteína animal mais completa e barata que existe

A produção brasileira de ovos já foi um recorde, no ano passado, com 49,06 bilhões de unidades, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade que representa a cadeia produtiva de suínos e aves. Para este ano, a tendência é de novo recorde: 52,94 bilhões de ovos.

Como a produção é praticamente voltada ao mercado interno brasileiro, o consumo por pessoa por ano será de 250 ovos. O crescimento é de 7,1% em comparação a 2019, com o consumo de 233 ovos por brasileiro no ano. Uma das maiores produtoras de ovos da América Latina, o Grupo Mantiqueira estima uma safra para este ano de cerca de 2 bilhões de ovos.

“Desde março, registramos um aumento na demanda de ovos que chegou a 30%, principalmente no período da quaresma”, diz Leandro Pinto, presidente do Grupo Mantiqueira, com sede administrativa na cidade do Rio de Janeiro, e com quatro granjas nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.

“Aumentar a produção de ovos não é algo que se faz de um dia para o outro. Mas como tivemos retração no consumo de restaurantes, conseguimos adequar nossa produção de maneira a atender esse aumento de demanda. Para isso foi preciso adequar rapidamente as linhas de produção para conter os impactos diretos em logística e embalagens. Também paralisamos as exportações para priorizar o aumento do consumo interno de ovos”, explica o executivo.

Naturalmente nutritivo

De Vilão a grande herói: essa foi a trajetória do ovo na mesa. O alimento é o segundo mais nutritivo que existe no mundo. Só perde para o leite materno. Para Pinto, outra vantagem é preço, entre as proteínas de origem animal, é ainda a mais barata, mesmo em época de pandemia.

“O ovo é uma proteína com excelente custo-benefício, alto valor nutricional, sendo uma ótima opção de alimento para todas as idades, além de ter grande funcionalidade e versatilidade”, diz Pinto. “Costumo dizer que o ovo é tão bom para saúde que deveria ser vendido em farmácias.”

Segundo o presidente da Mantiqueira, o aumento da demanda por ovos foi geral no País, no entanto, os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram um pouco mais de destaque.

“Observamos esse aumento um pouco mais significativo nestas duas capitais onde a pandemia chegou primeiro”, diz Pinto. “Para mantermos a qualidade e confiança de entrega para nossos clientes, tivemos de ter agilidade, rápida resposta e uma força-tarefa para abastecer todas as regiões com ovos, sempre cuidando muito da saúde de toda nossa equipe.”

E aí, gostou da matéria? O AgroSaber continua em sua missão de trazer boas informações aos seus leitores. Sinta-se livre para curtir, comentar e compartilhar (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo).