Hambúrguer high-tech é feito de pulses. Sabe o que é isso?
Conheça a produção do agro brasileiro que está movimentando a nova onda da indústria alimentícia para obter inovadoras proteínas vegetais, além de ser uma grande aliada no combate à desnutrição e à fome
O agro está em tudo. Está na fazenda, na mesa de jantar, na geladeira e nas hamburguerias high-tech que passam vender sanduíches com proteínas vegetais com gosto de carne bovina ou de frango. Mas você sabia que por trás desse prato inovador tem uma série de ingredientes especiais? Isso porque os hambúrgueres são feitos a base de uma linha de vegetais conhecida como pulses.
As pulses são as sementes de leguminosas secas e comestíveis. Neste grupo estão principalmente o grão de bico, a ervilha, a lentilha, o tremoço e todas variedades de feijão (carioca, preto, fradinho, fava, guandu, caupi e bambara). A palavra pulse vem do latim puls, que, literalmente significa “sopa grossa”. A palavra designou esses tipos grãos pois, quando cozidos, eles produzem um caldo grosso.
Alimentação inovadora e contra a fome
Por serem ricos em fibras, proteínas, vitaminas e aminoácidos, e garantirem mais saciedade de fome, esses grãos, atualmente, estão muito valorizados pois são a matéria-prima para a produção de proteínas vegetais inovadoras e que se assemelham ao sabor e textura das proteínas animais. Da ervilha as indústrias fazem substitutos vegetais de carne, leite e até ovo.
Por seu poder nutritivo, as pulses são aliadas contra a fome e a desnutrição para a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). Essas leguminosas se tornaram tão importantes que a entidade comemora desde 2015, o dia 10 de fevereiro, como o Dia Mundial das Pulses. A data serve como um incentivo para o aumento do consumo desses vegetais para garantir a segurança alimentar e nutricional em todo o mundo.
Produção brasileira
Entre as pulses, o feijão e a ervilha são as duas lavouras com mais peso no agro brasileiro, especialmente o feijão por ser o parceiro do arroz na tradicional alimentação da população brasileira. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a plantação ocupa 2,9 milhões de hectares e de onde saem anualmente 3,2 milhões de toneladas. Já a produção de ervilha, é um pouco mais modesta e ocupa uma área de 711 hectares rendendo 2,7 mil toneladas, segundo o IBGE.
A produção do grão-de-bico no Brasil sempre foi muito baixa, quase inexistente, mas foi a partir de 2016 que o cultivo aumentou de maneira significativa, como visto a seguir, com dados de área cultivada no Brasil nos últimos anos, segundo a Embrapa: em 2013, a área era de apenas 26 hectares; em 2014, passou para 280 hectares; em 2015, foi para 300 hectares; em 2016, 460 hectares; 2017, 800 hectares; e em 2018, o dado mais atual, a estimativa de 10 mil hectares.
E aí, gostou da matéria? O AgroSaber continua em sua missão de trazer boas informações aos seus leitores. Sinta-se livre para curtir, comentar e compartilhar (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo).