USP e IBM investem em inteligência artificial voltada para o agronegócio
Uma parceria público-privada desenvolverá sistemas digitais inteligentes para produtores rurais. Saiba o que esse salto tecnológico pode significar
Decidir o que e quando plantar, e ainda, descobrir caminhos para uma produção abundante, econômica e sustentável. Esse tem sido o trabalho da maioria de homens e mulheres do campo, todos os anos. O objetivo é justamente fazer com que o alimento chegue na mesa do brasileiro em quantidade e com qualidade. Mas imagine, antes mesmo de o produtor começar a semear, ele recebesse diariamente (ou até de hora em hora) conselhos de uma máquina? Essa é a grande promessa da inteligência artificial no agro.
Esse “robô” poderia dar dicas importantes sobre o que, quanto e quando plantar exatamente. A máquina também pode prever a colheita de cada fazenda, e poderá até ajudar na venda dos produtos para que o alimento chegue nas gôndolas dos supermercados com preços mais acessíveis aos consumidores. Parece uma realidade de ficção científica em um futuro muito distante, não é mesmo? Mas esse futuro pode estar mais próximo do que se imagina.
No início deste ano, um projeto de inteligência artificial será conduzido por um time de cientistas de ponta da Universidade São Paulo (USP) e por uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a IBM, além de contar com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp).
“Foram selecionados cinco áreas de grandes desafios para o futuro, e o agro é um deles”, explica o matemático Claudio Pinhanez, que é PhD em Computação pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), especialista em Inteligência Artificial e gerente de pesquisa da IBM Brasil. “Vamos desenvolver uma tecnologia de ponta capaz de resolver os problemas dos produtores.”
A agro na próxima década
Serão cinco anos de pesquisa, podendo ser renovados para mais 5 anos. A ideia do projeto é tornar as tecnologias de inteligência artificial cada vez mais disponíveis aos produtores, especialmente aos pequenos e médios. Dois polos de pesquisas estão nessa empreitada: um em São Paulo, o Centro de Inteligência Artificial (C4AI), inaugurado neste mês de novembro, e no Campus da USP em Campinas (SP).
“Estamos no início do projeto, e neste início os esforços serão em criar uma base de dados para dar subsídios à máquina”, explica o professor Antônio Saraiva, do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais na USP. “Com o aprimoramento, o sistema poderá aconselhar o produtor em suas tomadas de decisão, identificar oportunidades e garantir que a safra não se perca.”
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