Biológicos já tratam ¼ da área agrícola brasileira
País experimenta um grande avanço de tecnologias de controle de pragas e doenças mais amigáveis ao meio ambiente
A revolução do uso de produtos biológicos ou os biodefensivos ganhou mais força no País. O uso de inimigos naturais para controlar pragas e doenças nas lavouras já tomam conta de cerca de 20 milhões de hectares da área cultivada no País, segundo o mais recente dado da CropLife Brasil, associação que reúne especialistas, instituições e empresas que atuam na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias em nas áreas de mudas e sementes, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos.
Isso significa que, atualmente, ¼ da área agricultável de cerca de 80 milhões de hectares no País já é tratada com produtos a base de vírus, bactérias, protozoários, fungos, insetos, ácaros e vermes de solo. O salto é bastante grande. No último levantamento, a área agrícola nacional tratada através do controle biológico representava 13% ou cerca de 10 milhões de hectares.
O crescimento da adoção dessa tecnologia é explicado por três razões básicas: o uso concomitante de produtos químicos e biológicos; maior demanda por alimentos com menos resíduos de produtos químicos, e o aumento de oferta de tecnologias de controle biológico. O ano de 2020 foi um recorde de registros dessa linha: 95 produtos com registro aprovado. Atualmente o agricultor dispõe de 433 produtos biológicos registrados no País. Em 2013 eram apenas 107.
Futuro promissor
No mundo, a adoção de biodefensivos pelos agricultores, movimentou em 2020 cerca de US$ 5 bilhões e tem crescido 14,4% ao ano. No Brasil, a indústria de produtos biológicos registrou faturamento de R$ 1,2 bilhão, um aumento de 75% em relação a 2019, segundo dados da CropLife Brasil e da consultoria de mercado Blink.
A expectativa para 2025 é de que o mercado global movimente US$ 8 bilhões de dólares, em função da alta demanda do consumidor por alimentos livres de resíduos químicos e da necessidade do produtor de realizar um manejo de resistência de pragas e doenças no campo.
Atualmente agricultores da União Europeia e dos Estados Unidos são os que mais empregam produtos biológicos para o controle de pragas e doenças. Na América Latina, o Brasil é líder na adoção de biodefensivos e em 2020, apresentou crescimento superior à média global (30% versus 14,4%).
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