Agro adota proteção ao máximo na linha de produção de alimentos

Agro adota proteção ao máximo na linha de produção de alimentos

Medidas ajudam a prevenir a Covid-19 e manter os trabalhadores em segurança total

No front da batalha contra a pandemia há um exército de enfermeiros, motoristas de ambulâncias e demais profissionais que estão numa cruzada contra o tempo para identificar e tratar, da melhor forma possível, os infectados. No Brasil, a Covid-19 chega a 28.320 casos em 49 dias, desde primeiro caso confirmado da doença no País, no dia 26 de fevereiro, segundo o Ministério da Saúde. O número de óbitos é de 1.736 até quarta-feira (15).

Mas outro batalhão de heróis também está sob a mesma linha de tiro: os 3,8 milhões de trabalhadores das agroindústrias, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, de Piracicaba (SP). É este grupo que está com a missão de movimentar a cadeia do agro e abastecer de alimentos o País.

Com casos confirmados entre esses profissionais, a partir desta semana, as empresas começaram a anunciar novas práticas para o controle e prevenção da Covid-19 e manutenção da saúde dos trabalhadores e de suas famílias.

Novas regras

Algumas regras já estavam em prática como o trabalho remoto, o afastamento por férias aos trabalhadores do grupo de risco, a intensificação de higiene pessoal e o uso de itens de proteção individual como máscaras e luvas. Conheça algumas das demais práticas adotadas.

Comunicação reforçada. Campanhas internas de comunicação foram adotadas para a conscientização de temas com a higiene e o distanciamento social.

Transporte ampliado e higienizado. Mais ônibus passam a integrar a frota de transporte para os trabalhadores. O objetivo é garantir distanciamento até no trajeto de casa até às fábricas. A cada saída de pessoas, o veículo é higienizado.

Acompanhamento médio. Nas fábricas da JBS, todos os funcionários passam por um controle de temperatura nas entradas dos turnos e é oferecida vacinação gratuita para gripe H1N1 para 100% dos colaboradores. Na BRF, está disponível uma linha telefônica para orientações médicas gratuitas a todos os funcionários, 24 horas por dia e sete dias por semana, além de atendimento psicológico.

Maior distanciamento: Regras para coibir a aglomeração e promover o distanciamento seguro entre os trabalhadores, até nos refeitórios.

Refeições e descanso: Criação de novas rotinas de horários alternados para as pausas, com reorganização dos espaços de descanso.

À sombra da crise americana

O reforço das indústrias vem com o colapso de algumas empresas de processamento de alimentos nos Estados Unidos. Algumas foram inclusive paralisadas. Segundo o relato do jornalista americano Zachary B. Wolf, da CNN, o novo coronavírus forçou o fechamento da Smithfield Foods, uma das maiores fábricas de processamento de suínos do país.

Os funcionários dessa fábrica respondem por cerca de metade dos casos de coronavírus no Estado de Dakota do Sul. A doença vem se espalhando e já atingiu outras agroindústrias na Pensilvânia e Iowa, colocando em xeque o fornecimento de carne aos americanos. Os prejuízos da pandemia à pecuária americana é estimado em US$ 13,6 bilhões este ano. A pesquisa foi encomendada pela Associação Nacional dos Produtores de Carne Bovina (NCBA, na sigla em inglês).

Casos confirmados

É contra um cenário desse tipo que as fábricas do agro brasileiro querem ficar longe. A BRF confirma, em nota ao AgroSaber, que foram registrados 6 casos da Covid-19 em seu quadro de funcionários, mas não existe nenhum caso de colaborador ativo contaminado.

“Seis funcionários, que já estavam afastados previamente, testaram positivo para o Coronavírus, em diferentes unidades do País”, diz a empresa. “Entre eles, apenas dois são de unidade fabril. Outros dois fazem parte do grupo de risco e por isso haviam sido afastados desde o dia 20 de março”.

A empresa esclarece que todos os trabalhadores passam bem e estão recebendo o tratamento adequado, além de serem acompanhados até sua total recuperação. “Os profissionais que tiveram contato próximo com os colaboradores infectados também foram afastados preventivamente, permanecem em casa em observação, monitorados por uma equipe médica especializada”.

Segundo uma nota da Reuters, a própria JBS também pode ter dois casos de funcionários que testaram positivo para o novo coronavírus em Santa Catarina. A empresa não confirmou os casos, no entanto, explicou, em nota, que caso o trabalhador teste positivo para Covid-19, a empresa prestará imediato atendimento e dará total apoio a ele e a seus familiares, até o seu pronto restabelecimento.

“Desde o início do avanço da Covid-19 no Brasil, a empresa tem tomado todas as medidas para garantir a máxima segurança e prevenção de seus colaboradores”, diz a JBS, em nota. “As ações seguem as determinações dos órgãos de saúde como a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde, e contam ainda com a consultoria clínica de médicos especializados contratados pela empresa para a total adoção das melhores práticas.”

Se depender das ações de proteção, o Brasil tem todas as chances de reverter o quadro dessa doença. O agro continua fazendo a sua parte e o AgroSaber continua atualizando seus leitores sobre os impactos do novo coronavírus no agro brasileiro. E aí gostou da matéria? Você pode: curtir, comentar e compartilhar (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo)