Agro brasileiro vai ficar livre da febre aftosa até 2026

Agro brasileiro vai ficar livre da febre aftosa até 2026

País tem mais Estados com reconhecimento internacional de zona livre da doença sem a vacinação. Confira o que isso pode proporcionar à criação nacional de bovinos

A febre aftosa é uma doença que aflige suínos e bovinos em todo o mundo. No caso dos suínos, por serem criados em granjas, um dos ambientes mais bem controlados, esse mal é já coisa do passado. No entanto, no modelo de criação aberto dos bovinos, esse status ainda é de livre da doença com vacinação, junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em francês). Mas a boa notícia é que até 2026, inclusive para a produção de bovinos, a doença seja totalmente controlada, com todo o País conquistando o status integral de livre da doença sem vacinação.

A conquista desse status significa a completa erradicação da doença, que apesar de não fazer mal a humanos, representa uma barreira econômica para o comércio internacional de carne bovina.

O único Estado que detinha esse status até o final do mês de maio era Santa Catarina, que obteve a certificação da OIE em 2007. Agora, também estão nesse importante grupo os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e mais 14 municípios do Amazonas e cinco municípios de Mato Grosso. A expectativa é que dentro de mais cinco anos, todo o País detenha o mais alto status sanitário perante a OIE.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), promoveu um evento virtual no final de maio (27/5), para fazer o anúncio oficial da boa nova para o agro brasileiro, logo após ter acompanhado por vídeo conferência, a assembleia da OIE, na qual foram anunciadas ao mundo o novo status sanitário brasileiro.

O anúncio do Mapa, contou com a participação da ministra Tereza Cristina, do secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, e do diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, além de demais autoridades estaduais e deputados.

“Anunciamos um marco para a história da pecuária brasileira, do Ministério da Agricultura e dos seis Estados que hoje recebem esse reconhecimento”, diz Tereza Cristina.

A expectativa é que esse anúncio possa dar abertura para a carne bovina à países como Japão, Coreia do Sul e Canadá.

Vídeo mostra a trajetória brasileira contra a doença

Impactos econômicos

Com o reconhecimento da OIE, mais de 40 milhões de cabeças de gado, ou cerca de 20% do rebanho bovino, deixarão de ser vacinadas contra a doença. O que representará uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões para os produtores rurais. Isso sem levar em conta a redução dos custos com a criação de suínos. De acordo com a ministra Tereza Cristina, quase metade do rebanho suíno se concentra nas áreas reconhecidas pela OIE.

Para a ministra, o reconhecimento exigirá do Brasil o “fortalecimento contínuo” dos serviços veterinários dos estados contemplados. “A responsabilidade do serviço veterinário oficial aumenta com esta mudança de status sanitário, cuja manutenção dependerá da continuidade do apoio e do investimento nos serviços de defesa agropecuária”, disse Tereza Cristina, atribuindo a decisão da OIE ao reconhecimento do “elevado padrão sanitário da nossa pecuária”.

O que é a doença?

A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas) – principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. É causada por um vírus do qual existem 7 tipos, que produzem sinais clínicos similares – três destes vírus, são endêmicos da região da América do Sul.

No entanto, com através dos esforços de vacinação de todo o rebanho nacional, um dos vírus praticamente sumiu, restando apenas dois tipos viáveis. No entanto, os dois restantes já estão também com os dias contados, pois o último foco da doença ocorreu em 2006. Confira o infográfico abaixo a linha do tempo da erradicação da doença no País.

E aí, gostou da matéria? O AgroSaber segue em sua missão de trazer boas informações aos seus leitores. Sinta-se livre para curtir, comentar e compartilhar (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo).