Alface, tomate e melancia mais em conta
Os alimentos tiveram a maior queda de preço no mês de abril por conta da pandemia do novo coronavírus
O maior temor da população brasileira nesse período de pandemia do novo coronavírus era o desabastecimento e alta dos preços dos alimentos. Mas o que se vê até agora é justamente o oposto: o abastecimento está sendo cumprido e alguns itens da cesta de compras ficaram até mais em conta, como mostra a mais recente pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
No boletim Hortigranjeiro de maio 2020, publicado na quinta-feira (21), o destaque foi a constatação da redução de preços de alguns alimentos no mês de abril. Entre os produtos que ficaram mais em conta estavam a alface, o tomate e a melancia.
A dificuldade de comércio forçou os produtores a baixarem mais suas margens e vender o máximo que poderia a preços mais em conta. Esse é o reflexo de preços em queda nos preços. O que é uma boa notícia para o consumidor.
Verduras e legumes
O tomate chegou a ter queda de preços de 29,60% na Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro e de 23,10% na central de Belo Horizonte.
Já a alface, afetada, sobretudo, por estes tempos da pandemia do coronavírus e do clima frio que inibe as compras em algumas localidades, apresentou menor volume para comercialização e redução de preços. As maiores baixas ocorreram na central de Vitória (29%), mas também em Belo Horizonte (25,84%) e na Ceagesp, São Paulo (3,03%).
Por outro lado, os preços da batata e da cebola seguiram em alta. Para a batata, a continuidade do declínio da safra de verão, quase em seu final e a presença ainda insignificante da nova safra fizeram a menor oferta pressionar os preços para cima.
Estes movimentos foram unânimes nos mercados analisados, registrando altas entre 2,34% na Ceasa Minas – Belo Horizonte e 33,18% na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro. No caso da cebola, os aumentos de preços foram ainda maiores. Os percentuais de alta ficaram entre 26,75% na Ceasa/GO – Goiânia e 80,20% na Ceagesp – São Paulo.
O abastecimento concentrado na produção do Sul do País, em declínio em abril, e o atraso na saída da produção nordestina, em função das chuvas na região, pressionaram as cotações no sentido de aumento.
Frutas
No caso das frutas, a melancia foi a que teve maior redução porcentual de preços, chegando a ser vendida na central de Goiânia com queda de 33,18%. A redução de preços ocorreu em virtude da fraca demanda resultante de chuvas em alguns centros consumidores e frio em outros, fatores que reduzem o consumo dessa fruta.
A banana nanica e a prata tiveram menor produção em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, grandes produtores nacionais. Mesmo com a menor oferta, a redução na demanda, em decorrência das medidas de isolamento social (fechamento de escolas, bares, restaurantes e menor fluxo em feiras) fizeram com que os preços ficassem estáveis ou reduzissem.
Dentre os mercados atacadistas que apresentaram diminuições nos preços dessa fruta, estão a central mineira (16,60%) e a de Goiânia (7,05%).
Exportação
O volume de exportação de frutas acumulado no País, até abril, foi 4,61% menor em relação ao mesmo período de 2019, e o valor comercializado em dólares diminuiu 13,44%, o que pode ser uma sinalização dos efeitos da pandemia do novo coronavírus no mundo.
Destaque para o crescimento, mesmo nesse cenário, do volume das exportações de maçãs, limões e limas, banana e abacate. O melão, principal fruta brasileira exportada, continuou a apresentar queda nas remessas ao exterior.
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