Arroz viraliza como símbolo de riqueza nas redes sociais

Arroz viraliza como símbolo de riqueza nas redes sociais

Entenda por que o tradicional cereal do prato do brasileiro ficou mais caro e por que essa alta tende a acabar

O arroz viralizou nas redes sociais. O pacote de 15 quilos que saltou que uma média de R$ 15 para R$ 40 em algumas lojas foi o estopim para o produto figurar em diversos memes por todas as redes sociais. Mas sabe por que isso aconteceu? Na realidade, é preciso explicar que a alta do preço aconteceu por uma série de fatores: 1) pandemia; 2) baixa atratividade e prejuízos por parte do produtor e 3) consumo em baixa. O AgroSaber te explica cada um dos itens.

Pandemia

O novo coronavírus acelerou o consumo das famílias e o item arroz entrou com mais força na lista de compra dos brasileiros. A demanda cresceu e a oferta não. Por isso, o preço do arroz subiu. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) identificou um aumento de 5,1% no consumo do brasileiro pelo grão. O órgão é ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A Conab estimou um consumo de 10,8 milhões de toneladas na temporada 2019/2020, 521,9 mil toneladas a mais que no ciclo 2018/2019.

A relação de preço é resultado de uma lei econômica clássica. Todo produto tende a aumentar de preço quando tiver muita procura por consumidores e baixa disponibilidade no mercado. Assim como todo o produto tem queda de preço quanto tiver baixa procura e muita disponibilidade.

Baixa atratividade

O AgroSaber já explicou que o arroz é uma das culturas que mais cresceu em termos de produtividade. Isso é fato. No entanto, para o produtor, a cultura há tempos não tem sido satisfatória em termos retorno do capital investido na lavoura. Muito produtores têm registrado rentabilidade negativa nas últimas temporadas.

Isso fez com que os produtores, especialmente os da região Sul, reduzissem o tamanho de suas áreas semeadas com o grão. Na safra 2019/2020, a área cultivada foi de 1,67 milhão de hectares. O que representa uma queda de 2,2% perante a ciclo anterior. Isso significa que ao invés do arroz, o produtor optou por lavouras mais atrativas economicamente como a soja ou a própria criação de bovinos.

Consumo em queda

Outro fator importante está refletido no cardápio do brasileiro. Por incrível que pareça, as pessoas têm comido menos arroz a cada ano. É um fator muito importante para a decisão de produtor que já não se interessava em cultivar o cereal. Para que plantar mais se o consumo está em queda e o retorno cada vez mais baixo também?

Para se ter uma ideia, na safra 2013/2014, o consumo foi de 11,95 milhões de toneladas. De lá para cá, os índices só vêm caindo, com exceção à safra 2016/2017 que registrou 12,02 milhões de toneladas. Na safra 2018/2019, o consumo ficou em 10,28 milhões de toneladas. E agora, na safra 2019/2020, teve um pequena variação e alcançou 10,8 milhões de toneladas de consumo de arroz.

Haverá recuperação?

A reviravolta dos preços do arroz já dá sinais de que a próxima safra seja maior em área plantada, o que levará a maior oferta de produto no mercado, com reflexo na baixa de preço do grão. Então pode confiar no agro brasileiro. Este aumento é momentâneo e não vai faltar arroz na mesa do brasileiro.

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