Biofertilizante “made in Brasil” permite produzir mais mesmo na seca

Biofertilizante “made in Brasil” permite produzir mais mesmo na seca

No início de novembro em Lisboa, o mundo conhecerá o biofertilizante que é capaz de fazer as plantas resistirem a seca, produzindo ainda mais

Na capital portuguesa, Lisboa, no início de novembro, o mundo da inovação tecnológica deverá prestar a atenção a uma surpreendente descoberta feita por brasileiros. Um biofertilizante que permite que a planta produza mais mesmo se houver falta de água. No agro, não há nada parecido com isso, até agora.

Essa tecnologia foi desenvolvida pela startup Krilltech, que nasceu de uma parceria entre a Embrapa e a Universidade de Brasília. Entre os dias 1º e 4 de novembro, os integrantes da agtech brasileira representarão o País no “Global Tech Innovator 2021”, uma competição de inovações promovida pela consultoria KPMG, com sede na Holanda e que também tem escritórios no Brasil. A aplicação brasileira será apresentada ao mundo ao lado de demais descobertas de 15 países, no evento.

Produzir mais com menos

Para se ter uma ideia, as tecnologias existentes no mundo para que as plantas fossem mais resistentes mais à seca, estavam relacionadas a engenharia genética de vegetais, adicionando genes ou corrigindo genes que pudessem conferir às espécies maior resistência a períodos mais longos sem chuva ou irrigação.

Agora, com essa nova ferramenta, é criada uma ponte oportuna, na qual, qualquer planta pode resistir à seca sem ter passado por melhoramento genético, e o mais, importante: produzindo até mais. Este é basicamente o conceito mais buscado pela ciência da produção de alimentos – colher mais e usando menos recursos possíveis.

Como funciona?

O biofertilizante se baseia numa substância atóxica extraída de plantas chamada arbolina, que pode ser recplicada em laboratório. Como é uma partícula minúscula e invisível a olho nu trata-se, portanto, de um produto obtido a partir da nanotecnologia.

Os efeitos da arbolina vêm sendo estudados há cerca de sete anos nos laboratórios de pesquisadores brasileiros. Descobriu-se que quando diluída em água, ela forma um estimulante eficiente para a planta, nutrindo-a com carbono orgânico e nitrogênio.

Em março deste ano, a substância teve o registro aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e está sendo produzida numa fábrica em Camaçari (BA), município que fica na região metropolitana de Salvador.

Resultados

Entre os resultados de produção do biofertilizante estão o aumento de 21% na produção de soja e de 33% na colheita de feijão.

Segundo a empresa, o potencial do impacto econômico da adoção em massa da tecnologia no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que pode ser de 2%, e de 10% no PIB da agricultura, na ordem de R$ 150 bilhões.

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