Brasil, celeiro do Mundo!
Quem são os interessados na diminuição da produção agrícola no país.
Muitos interesses estão envolvidos quando se fala sobre a produção agrícola mundial.
Por isso, para essa análise é preciso ser levado em conta a movimentação financeira proveniente da produção, comercialização, importação e exportação de alimentos.
Sobre esse tema, o Brasil tem um papel chave na geopolítica da produção agrícola mundial: atualmente, ele ocupa a terceira posição como maior exportador de produtos agrícolas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Européia, apresentando, nos últimos anos, uma média de crescimento de 9% ao ano.
A ONU, através de sua seção de agricultura e alimentação, já disse em seu relatório de perspectivas agrícolas ainda em 2015, elaborado em parceria com a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), que o Brasil se tornaria, em 2024, o maior exportador de produtos agrícolas do mundo.
Esta tendência vem se confirmando e o país vai aumentando a sua produção a cada ano, tendo recebido, dignamente, o apelido de ‘Celeiro do Mundo”, considerando que aquilo que aqui se produziu apenas no ano de 2015 representou quatro vezes mais alimentos do que a nossa população precisaria.
Ou seja, apenas um quarto do que produzimos poderia alimentar o Brasil inteiro, sendo que os outros três quartos poderiam ser exportados e alimentarem outras regiões do mundo.
Foi importante dizer tudo isso para que se tenha um panorama geral sobre a importância do Brasil na produção agrícola mundial, considerando que, só assim, se pode compreender quem seriam os verdadeiros beneficiados caso o país passasse a diminuir a sua produção.
Dados sobre a produção agrícola do Brasil
Para que se possa compreender a dimensão do país no cenário internacional da produção agrícola, apresentaremos a seguir, alguns dados que, mais do que opiniões, falam por si só sobre o potencial do Brasil.
De acordo com o IBGE em 2017, o país possui 79 milhões de hectares em áreas plantadas, o que permite que não precise ser feito mais desmatamento ou expansão em áreas florestais para que o crescimento da produção siga ocorrendo.
Na visão da ONU, o Brasil pode otimizar a sua produção de forma sustentável, sem trazer malefícios às populações ou ao meio ambiente.
Desta forma, o Brasil já tem, por assim dizer, “a faca e o queijo na mão”: uma grande área capaz de aumentar ainda mais a sua produção, bastando para isso, apenas, que se utilize as técnicas certas para torná-las cada vez mais produtivas.
IBGE e ONU já traçaram as condições, agora, analisamos outro estudo, este realizado em 2017 pela ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) para afirmar que o faturamento do setor chegou, no ano passado, à marca de R$ 642,6 bilhões, sendo um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior.
Explorando ainda mais este estudo, encontra-se o dado de que o país processa 58% da produção agropecuária e que 49% do total exportado advém de alimentos processados, representando mais de 17% de tudo o que o país exporta.
Tendo a produção da agropecuária como pano de fundo, o país se destaca, pela ordem, em: proteínas animais (bovinos, suínos e aves), seguido pela cadeia do trigo, cadeia do arroz, cadeia do milho e cadeia da soja, respectivamente.
Já colocando sob a ótica da exportação de alimentos mundial, vemos que os principais concorrentes do Brasil para assumir o posto de país que mais exporta no mundo são, por ordem: Estados Unidos, China, Canadá e Argentina.
Levando em consideração estes dados básicos a respeito da produção agrícola no país e como ele se coloca no cenário internacional, ainda deve-se trazer à tona que os principais compradores do Brasil são as nações da comunidade europeia e a China, sendo que estes também são países produtores e exportadores de alimentos.
Desta forma, acabam competindo em matérias específicas com o país, para estar entre os maiores do mundo.
Quem se beneficiaria com a diminuição da produção agrícola no Brasil
Considerando o que levantamos anteriormente, uma possível redução da produção agrícola no Brasil, beneficiaria inicialmente os grandes produtores rurais de países como a União Européia e dos Estados Unidos, competidores do Brasil pelas primeiras posições nas exportações de alimentos.
Não se pode considerar que grupos internos, contrários a utilização, inovação tecnológica e burocrática para melhoria da aplicação dos defensivos agrícolas no campo, com a aprovação do PL6299/02, seriam beneficiados se isso realmente acontecesse uma diminuição da produção agrícola no Brasil.
Mesmo que grupos defendam o “fim dos agrotóxicos”, é simples entender que, sem a utilização de defensivos agrícolas o país passaria a produzir menos alimentos e poucas pessoas se beneficiariam com uma situação de fome ou de escassez.
A roda comercial nacional giraria com menor força, atingindo indiretamente todos brasileiros.
O Brasil precisa tornar-se a maior potência agrícola do mundo. Os entraves no PL6299/02 arriscam a diminuição da produção agrícola do país, beneficiando os produtores dos países que assumiriam o mercado internacional, ganhando bilhões de dólares movimentados a cada ano.
Por que a produção agrícola não vai diminuir no país
Através dos dados que apresentamos brevemente antes, pôde ser visto que a própria ONU afirma que o país está no caminho certo no que diz respeito à sua produção agrícola e que, o Brasil pode se tornar o maior exportador de alimentos no mundo.
No entanto, o país percebe esta potencialidade e, através do PL6299/02 busca incentivar ainda mais a produção agrícola, para chegar a esta cobiçada posição de celeiro do mundo.
O Projeto de Lei 6299 de 2002, visa estabelecer novas regras para a utilização de agroquímicos nas plantações, discorrendo, principalmente, sobre os processos de registros de novos produtos e as atribuições do Ministério da Agricultura frente a este assunto.
Mesmo que isso desagrade, principalmente, interesses internacionais, o Brasil vem crescendo a cada ano na sua produção agrícola e assumindo um posto de grande relevância para o fornecimento de alimentos no mundo.
Através deste projeto de lei busca-se desburocratizar e ao mesmo tempo levar mais segurança às plantações.
A tendência é a de que nos próximos anos, a produção agrícola no país continue crescendo… para o bem do Brasil e do mundo.