Cana-de-açúcar lidera redução de 7,8 milhões de toneladas de CO2 do ar
Programa de descarbonização do setor de produção de biocombustíveis atingiu 55% da meta de o sequestro de 14,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente até o fim deste ano
Você sabia que um dos maiores programas do mundo de sequestro de gás carbônico (CO2) segue firme para cumprir sua meta? Genuinamente brasileiro, o mercado de Crédito de Descarbonização (CBio) é liderado pelo setor de cana-de-açúcar e já ajudou a sequestrar 7,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente da atmosfera. A meta é alcançar o sequestro de 14,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente até o fim deste ano. Isso significa que o agro brasileiro já atingiu 55% de sua meta.
O dado é da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que quantificou os resultados do comércio de CBios, um título verde negociado na bolsa de valores B3. Clique aqui e conheça melhor esse programa.
O CBio é a forma mais estratégica já criada para dar valor real ao trabalho de sequestro de carbono historicamente já desempenhado pelas usinas de cana-de-açúcar, além de usinas de outros biocombustíveis como o biodiesel e o biometano. Esse título verde foi instituído pelo Plano Nacional de Biocombustíveis, mais conhecido como Renovabio, que entrou em vigor no dia 24 de dezembro do ano passado.
Mercado
De 24 de dezembro a 31 de agosto, a ANP apontou a emissão de 7,8 milhões de CBios. Cada título deste equivale a 1 tonelada de CO2 sequestrada da atmosfera, portando são 7,8 milhões de CO2 devidamente pagas por distribuidoras de combustíveis e demais empresas que precisam compensar suas as emissões de gases de efeito estufa, em cumprimento às legislações ambientais e ao compromisso de menores emissões, no futuro.
“Importante destacar que esse montante de CBios registrados já é superior a muitas das sugestões apresentadas por diversas distribuidoras na consulta pública. Isto evidencia o comprometimento dos produtores de biocombustíveis para a consolidação do programa”, analisa o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues.
Contudo, apesar da elevada oferta de CBios, a indefinição das metas tem afetado severamente o volume de negócios, que ainda permanecesse em ritmo muito aquém do esperado, com apenas 4,5% do estoque disponível comercializado.
Até o momento, apenas 322,1 mil créditos foram adquiridos por distribuidoras e 33,4 mil pela parte não obrigada, ou seja, agentes que compraram os CBios voluntariamente com intuito de reduzir as emissões de suas atividades.
“O ritmo lento de aquisição dos créditos de descarbonização por parte das distribuidoras tem exigido ampliação do esforço dos produtores para ofertar os títulos. Eles continuam arcando com os custos de certificação, validação e escrituração dos títulos sem contrapartida com receita”, complementa Padua.
“Esperamos que o ritmo de comercialização se acelere assim que as metas revisadas sejam publicadas. O mercado está pronto e o produtor vai continuar contribuindo com a descarbonização e ofertando CBios”, conclui.
Renovabio
O Renovabio já conta 222 produtores certificados, sendo 200 empresas de etanol, 21 de biodiesel e uma dedicada ao biometano. No caso do etanol, esse número indica que cerca de 80% da capacidade de produção do combustível renovável está apta a gerar CBios de acordo com a legislação vigente.
As metas de descarbonização são definidas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), através da consulta pública Nº 94/2020, que trata das metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa no Renovabio. Até 2029, o MME estima o sequestro de 529,85 milhões de toneladas de CO2 do ar.
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