Colheita da cana brasileira é a maior das últimas cinco safras
Saiba por que isso significa um ar mais puro para o País com o sequestro de 530 milhões de toneladas de CO2 até 2029
O Brasil é historicamente o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. São cerca de 10 milhões de hectares de plantação pelo País. Duas vezes mais do que o segundo maior produtor, a Índia, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). Por trás dessa incrível área plantada da cana brasileira, estão duas grandes notícias: maior produtividade econômica e maior potencial de sequestro de CO2!
A lavoura este ano está mais produtiva na região Centro-Sul, onde estão 89,6% da área plantada por cana, segunda a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados parciais da colheita de outubro é de 7,1 milhões de hectares no Centro-Sul, isso significa 1,2% a mais em comparação com a safra passada.
O aumento de 1,2% parece pouco? Saiba que não é. O valor representa o maior avanço na área colhida das últimas cinco safras, segundo o relatório Cana Zoom, produzido pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o Sistema TEMPOCAMPO e o Laboratório Integrado de Análise de Dados em Agronegócio e Bioenergia (LINEAR).
Maior colheita, mais ar puro
A produção da cana brasileira bem afinada, além de beneficiar a economia do setor sucroenergético, também significa uma boa notícia para o meio ambiente, pois sua melhor produtividade culmina em maior potencial das plantas captarem o CO2, tornando o ar do País cada vez mais limpo.
É a produção da cana que está por trás de um dos programas mais audaciosos de descarbonização do Brasil e do mundo: o Renovabio, que viabiliza/permite a emissão de títulos verdes conhecidos como Crédito de Descarbonização (CBIOs). O plano é que as lavouras de cana contribuam no sequestro de 530 milhões de toneladas de CO2 do ar até 2029.
Colheita maior, produção maior
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades do Centro-Sul cresceu 3,7% em relação ao ciclo 2019/2020, totalizando 565,92 milhões de toneladas até o final de outubro. Além de mais cana, a qualidade da planta está melhor, com maior índice de doçura (quanto mais doce for a cana, mais açúcar e etanol é possível produzir. O índice de doçura é tecnicamente chamado de Açúcar Total Recuperável (ATR) e é medido em quilo por tonelada.
Até outubro o índice ATR foi de 144,9 quilos por tonelada, 4,3% maior que os 138,9 quilos da última safra. O que favoreceu esse aumento de açúcar nas plantas foi a falta de chuva. A estiagem continua com índices acima da média histórica do mês. No acumulado até outubro, verifica-se uma queda de 43,1% no índice de chuvas do Centro-Sul.
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