Dados mostram que o uso de defensivos agrícolas caiu no Brasil, esclarece professor
Convidado para palestrar sobre o “Brasil: informando corretamente sobre o uso e os riscos dos defensivos agrícolas” no Fórum Internacional Inovação para Sustentabilidade na Agricultura, Caio Carbonari, professor doutor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) apresentou dados que mostram que o Brasil não usa cada vez mais agrotóxicos.
“Entre 2013 e 2017, o uso de defensivos no Brasil caiu 12,5%, então não é verdade que ocorre um aumento todos os anos. E essa é uma situação particular nossa, considerando que alguns países, como Estados Unidos, China e Índia, aumentaram esse consumo. Isso serve para desmistificar a ideia de que o uso é cada vez maior”, esclareceu.
Outra verdade é que o Brasil não é maior usuário de agrotóxicos do mundo, como dizem algumas fakes news. Segundo ele, falar sobre os agrotóxicos é polêmico e sensível porque existe muita desinformação sobre a agricultura brasileira e porque a comunicação do setor tem falhado.
Em 2017, o Brasil registrou US$ 8.763 milhões de uso total de defensivos agrícolas e ficou em 1º lugar, tendo EUA, China e Japão atrás, respectivamente, mas esse dado não diz nada.
Mas quando observamos o uso de defensivos agrícolas expresso por área cultivada, isto é, levando em conta o dólar por hectare, vemos que em 2017 o Brasil ficou na 7ª posição com US$ 111. Japão, Coréia e Alemanha ficaram com ouro, prata e bronze, respectivamente. Vale lembrar que esses países tem clima temperado, que é muito menos desafiador do que o nosso clima tropical.
Já os dados do mesmo ano para o uso de defensivos expresso por tonelada de produtos agrícolas, isto é, levando em conta o dólar por tonelada de produto, mostram que o país ficou na 13ª posição com US$ 8. Japão ficou em 1º, Coréia em 2º e Itália em 3º.
“A agricultura brasileira tem papel estruturante na estabilidade da economia e isso evidencia nossa qualidade produtiva”, esclareceu. “O superávit do agro tem sido fundamental para a estabilidade da balança comercial do país”.
Citando as palavras do presidente do Conselho Diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Leduc, Carbonari explicou que o Brasil é uma potência agrícola que usa apenas 8% de seu território.
“Aplicamos defensivos agrícolas efetivamente em apenas 8% do território. Já nossos concorrentes usam mais por área, usam mais por tonelada e eles usam em 50%, 60%, 70% de seu território”, contou.
A apresentação pode ser vista na íntegra aqui