Desempenho do crédito rural não sofre impactos da pandemia do Coronavírus
Nos últimos oito meses, até março deste ano, os financiamentos contratados pelos produtores rurais somaram R$ 140,8 bilhões, aumento de 11% em comparação a igual período da safra passada. Os números mostram que o desempenho do crédito rural na atual safra não sofreu impactos da pandemia do Coronavírus.
Os destaques são para o investimento e o custeio, com montante de R$ 38,6 bilhões e R$ 77,2 bilhões, respectivamente, um crescimento de 20% e de 9%. Os financiamentos para comercialização tiveram redução de 16%, com R$ 15,8 bilhões.
Os números fazem parte do Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2019/2020, divulgado nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base nos dados do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor), do Banco Central.
Para o diretor de Financiamento e Informação do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, o bom desempenho do crédito rural revela o elevado nível de confiança dos produtores rurais, mesmo neste momento de crise, e sua importante contribuição para superá-las, assegurando a continuidade do abastecimento do mercado interno e das exportações agropecuárias.
O valor das contratações de custeio pelos pequenos e médios produtores, no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Médios Produtores (Pronamp), registraram elevação de 17% e 42% respectivamente. Os demais produtores contrataram 1% a mais, ocorrendo aumento no valor dos financiamentos contratados.
Em relação ao número de contratos, entre os pequenos e médios, houve aumento. No caso dos demais produtores, houve redução de 31%, concentrada nas operações com recursos provenientes dos depósitos à vista (MCR 6-2 – Recursos Obrigatórios) e da Poupança Rural com subvenção econômica (MCR 6-4), respectivamente de 33% e 41%, evidenciando a ampliação do alcance do Pronamp, pela incorporação de médios produtores que estavam contrantando financiamento de custeio nas condições vigentes para os grandes produtores.
Em relação aos investimentos, os realizados dentro do Pronaf e do Pronamp cresceram 18% e 97%, atingindo R$ 10,3 bilhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente. Para os demais produtores, o aumento foi de 17%, passando de R$ 22,5 bilhões para R$ 26,2 bilhões.
Os financiamentos subvencionados (feito nos programas de investimento administrados pelo Mapa, com recursos do BNDES, e considerados prioritários) mantiveram-se em alta, dentre os quais o Programa ABC (51%), o Programa de Construção e Ampliação de Armazéns – PCA (42%), o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica – Inovagro (70%) e o Programa de Apoio ao Médio Produtor (97%).
Crédito: Ascom/Mapa