Eles só queriam salvar o solo e acabaram salvando o agro brasileiro
Conheça a história dos produtores do Paraná por trás do Plantio Direto
Dois brasileiros fazem parte da história Plantio Direto no Brasil. Em momentos diferentes, Herbert Arnold Bartz, de Rolândia (PR), e Franke Djikstra, de Carambeí (PR), foram os produtores que mais difundiram a técnica no país.
Bartz começou esse trabalho em 1972. Logo depois veio Djikstra. O plano inicial era simplesmente salvar o solo paranaense, mas eles acabaram descobrindo e espalhando um método para tornar o solo dos campos brasileiros cada vez mais fértil e cheio de nutrientes importantes para a lavoura.
O método de cultivo convencional até meados de 1960 e 1970 consistia em raspar toda a cultura e revolver o solo a cada colheita. Essa técnica chegou a um limite no final dos anos 1960, no Paraná. Qualquer chuva provocava erosões e todo o fertilizante aplicado na terra era eliminado com a enxurrada. A agricultora estava matando o solo.
Foi numa viagem aos Estados Unidos e à Inglaterra que Bartz teve a inspiração para desenvolver o que se tornou o grande diferencial da agricultura brasileira. Em visitas a fazendas americanas e inglesas, conheceu algumas técnicas de plantio que não exigiam revolver o solo depois da colheita. Para Bartz foi um momento de revelação. De volta ao Brasil e cheio de ideias na bagagem, o produtor passou a bolar sua própria versão da técnica que revolucionaria todo o plantio brasileiro e a produção de alimentos nacional. Um pouco depois, Franke Djikstra também desenvolveu sua versão de plantio direto.
Professores pardais
A adaptação à nova técnica, apesar de necessária para salvar o solo, não foi exatamente um mar de rosas. Antes, era fácil plantar num solo raspado com terra lisa e fofa. Não havia nenhuma dificuldade para qualquer máquina de plantio da época. Mas para semear numa terra com restos da lavoura anterior e palha para todos os lados, era bastante desafiador. Foi preciso investir alto na importação de uma máquina plantadeira para soja e milho e arriscar muito para iniciar o ambicioso projeto. Depois, os dois produtores se dedicaram ao trabalho de desenvolver suas próprias máquinas.
O resultado deu tão certo que até empresas montadoras de máquinas agrícolas copiaram seus projetos.
Os primeiros testes
De acordo com o trabalho “Sistema plantio direto no Sul do Brasil: fatores que promoveram a evolução do sistema e desenvolvimento de máquinas agrícolas”, de 2008, dos pesquisadores Ruy Casão Junior, Augusto Guilherme de Araújo e Rafael Fuentes Llanillo, o primeiro registro de introdução da técnica ocorreu em 1969, num experimento de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A experiência só não teve êxito porque a máquina, importada dos Estados Unidos, foi destruída acidentalmente em um incêndio.
E aí, gostou dessa história? Compartilhe-a em suas redes sociais. Siga também o AgroSaber nas redes sociais! (os links estão logo aí abaixo).