Gigantes da indústria de alimentos apostam nos flexitarianos
Processadoras tradicionais de carnes e demais proteínas animais querem uma fatia de um mercado que pode chegar a US$ 75 bilhões em 2027. Confira o que está por trás desse movimento
Parece carne, mas não é. Parece leite, mas não é. Parece ovo, mas também não é. E o que são então? Categoricamente são substitutos para cada um desses alimentos, identificados como proteínas vegetais ou produtos ‘plant-based’ – na tradução literal do inglês, ‘baseados em plantas’.
O curioso é que o mercado não seja formado apenas por empresas classificadas essencialmente como ‘plant-based’ como a brasileira Fazenda Futuro ou as americanas Impossible Foods ou Beyond Meat. Fabricantes tradicionais de porteína animal também estão nesse mercado como a processadora de carnes americana Tyson Foods, a francesa Danone, especialista em lácteos, e as brasileiras na produção de carnes, como a JBS, a Marfrig e a BRF, e de ovos, como a Mantiqueira. Esta última até criou uma empresa dedicada a produção de um substituto culinário de base vegetal para os ovos.
Fazer parte desse movimento da proteína vegetal é mais do que interessante, pois, nos Estados Unidos, as estimativas apontam um crescimento de 27% deste mercado em 2021, chegando a US$ 7 bilhões. Mundialmente, a projeção é de US$ 74,2 bilhões de vendas de alimentos à base de proteína vegetal até 2027.
Novo perfil de consumidor
Quem deve empurrar esse mercado é um novo consumidor que cresce no mundo: o flexitariano. Ele não é totalmente vegano e nem carnívoro ao extremo. Muito pelo contrário, pode transitar entre os dois mundos. Nos Estados Unidos, 98% das pessoas que compram proteína plant-based também compram proteína animal.
É justamente por causa desse perfil de consumidor flexível que as fabricantes usam todo seu esforço de pesquisa e mix de ingredientes para fazer com que os produtos plant-based cheguem o mais próximo possível do sabor e da textura da proteína animal. O flexitariano come carne e quer ter opções que se assemelhem – e muito – ao alimento.
No entanto, se por um lado a tendência é de consumo de alimentação vegetal que pareçam carne, por outro está a questão dos produtos ultraprocessados, alimentos que passaram por maior processamento industrial. É justamente nessa linha que estão as proteínas plant-based, fazendo o uso de estabilizantes, corantes, gorduras e conservantes. Então, é preciso estar atento aos rótulos. Na busca por uma alimentação saudável, os nutricionistas alertam que o consumidor pode estar trocando a proteína animal por um alimento de baixo teor nutricional.
Alternativas às carnes
Uma mistura de grãos como ervilha, soja, feijão, grão de bico e vegetais como beterraba, cebola e alho. As receitas de cada empresa são mantidas a sete chaves e desse mix saem as proteínas alternativas às carnes de boi, aves, suína e até de carne de pescados. A apresentação para o consumidor é de proteínas vegetais em hambúrgueres, almôndegas, linguiças, filés e como ‘carne moída’.
Alternativas aos lácteos
A partir de ervilhas e outros ingredientes, muitas empresas estão se chegando em bebidas muito próximas ao sabor e textura do leite de vaca, podendo inclusive preparar queijos, iogurtes e sorvetes. Amêndoas, arroz e até a polpa de coco são outros ingredientes que são baseados a nova onda de alimentos.
Opção ao ovo
As opções imitam a clara e a clara e a gema, juntas. Dependendo do fabricante, as preparações levam vegetais como o milho, óleo de canola e feijão ou a proteína e amido de ervilha, e linhaça. Em geral, os produtos em pó servem para a preparação de omeletes, maioneses, ou demais receitas que levam ovos.
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