Croplife nasce com a missão de combater a desinformação no agro

Croplife nasce com a missão de combater a desinformação no agro

Lançada nessa quinta-feira, em Brasília, a Croplife Brasil quer ampliar o conhecimento das pessoas em torno da produção de alimentos, fibras e energia, fomentar a inovação; além de combater a falta de informação sobre o agro brasileiro, um dos grandes gargalos do setor. A instituição promove a pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de germoplasma, biotecnologia, defesa vegetal (produtos químicos e biológicos) e agricultura digital.

Com o lema juntar para crescer, a Croplife Brasil é fruto do agrupamento de quatro entidades: a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCbio), a Associação Brasileira de Associação das Empresas de Biotecnologia na Agricultura e Agroindústria (Agrobio) e o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). 

Presidente-executivo da CropLife Brasil, Christian Lohbauer, contou que a CropLife nasceu na Bélgica há 50 anos a partir de empresas de defesa e pesquisa vegetal e esse modelo de associação se expandiu para o mundo. No Brasil ocorre o primeiro movimento de junção de associações. Ele disse ainda que a ideia é falar com as pessoas de forma simples, direta e fácil para que elas entendam a importância do setor em suas vidas.

“Queremos falar com o coração das pessoas. Vamos ter uma divisão para ensinar, sejam as crianças ou os revendedores. Também vamos atuar na defesa da propriedade intelectual e, com Sindiveg, vamos trabalhar de forma firme para combater as práticas ilegais”, explicou.

Presidente do conselho Diretor da CropLife Brasil, Eduardo Leduc, destacou a eficiência brasileira e como a tecnologia e a inovação fazem toda a diferença para o produtor rural.

“Produzir em apenas 8% de área é um feito de muita tecnologia. A liderança é fruto de muito trabalho”, afirmou. Segundo ele, o produtor respeita a legislação ambiental e sabe que a credibilidade dele depende disso. “Hoje, ele reconhece que sem inovação, ele vai ter problemas no futuro e trabalha combinando tecnologias para que consiga equilibrar pilares econômicos, sociais e ambientais”, disse. 

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, contou que na reunião do G20 (grupo das 20 economias mais importantes do mundo além da União Européia), foi assinado um acordo em que os temas ligados ao agro só seriam tratados tendo a ciência como norte.

Ela ressaltou a importância de entidades como a Croplife para ajudar o governo a combater a falta de informação. “Acho que as pessoas começaram a entender que essas mentiras já não colam mais. Esse pânico que colocaram na sociedade brasileira sobre a contaminação dos alimentos não cola mais porque agora nós estamos respondendo. Falou mentira, esta precisa ser retrucada com a ciência, com a verdade. Mas principalmente com a ciência”, afirmou. “E nisso, vocês podem nos ajudar muito, porque tem mais agilidade que o governo.”

Já o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, concentrou seu discurso nas ondas de fakes news que rondam o campo, e nos impactos para a imagem do país é impactado no exterior com tanta desinformação sendo disseminada. Para ele, a comunicação fundamentada é a solução.

“É na comunicação que precisamos avançar ainda mais. O Brasil é exemplo de sustentabilidade e de boas práticas no campo. Precisamos deixar isso claro, pois sob qualquer ótica somos exemplo. Até no volume de defensivos usados por hectare”, afirmou.

Lohbauer lembrou ainda que a vocação do Brasil é produzir alimentos com qualidade e agregar valor a isso. “Essa é uma vantagem que nos foi dada. Tem terra, água, sol e tem gente qualificada. Como os avanços, não haverá gente que não se beneficiará com tecnologia e inovação”, disse. 

Também participaram do evento os deputados Alceu Moreira (MDB), que é o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária; os deputados federais Marcel van Hattem (NOVO) e Vinícius Poit (NOVO), senadora Soraya Thronicke (PSL) , o secretário executivo do ministério da Agricultura, Marcos Montes. Além de pesquisadores, agrônomos, produtores rurais e demais interessados no tema.

Apresentação

Na abertura do evento, o membro do Conselho da Indiana University e CEO da Futurity, empresa de consultoria voltada à indústria de alimentos, fez uma palestra inspiradora intitulada “A ciência e a tecnologia podem salvar o planeta?”.

Nela, o professor apresentou números sobre a produção mundial de alimentos, o crescimento populacional mundial e sobre a fome no mundo. Ele também mostrou dados sobre o comportamento do consumidor da indústria de alimentos e como a ciência e a tecnologia podem salvar o mundo.

“Depois de 2050 o crescimento populacional vai cair drasticamente. Precisamos produzir o máximo de alimentos nos próximos 30 anos, mais do que já produzimos até hoje e precisamos chegar lá sem derrubar florestas e contaminar aquíferos. A agricultura pode sim salvar o planeta. Será que poderemos fazer isso? Sou otimista. Ciência e tecnologia podem nos levar onde queremos chegar!”, concluiu.

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