Mercado mundial de biodefensivos deve chegar a US$ 4 bi e no Brasil, R$ 464 mi
Com informações do Agrolink e do MAPA
Utilizados para controlar pragas e doenças, os biodefensivos — microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, além de insetos parasitoides e predadores naturais das pragas — tem crescido em todo o mundo. Apesar de muita gente ainda desconhecer seus benefícios, o mercado global ultrapassará vendas anuais de US$ 4 bilhões em 2019.
A estimativa é de Nicolas Cock Duque, presidente do BPG (BioProtection Global), federação mundial que reúne associações de indústrias de biocontrole, ele prevê crescimento de 60% do setor neste ano em comparação com os US$ 2,5 bilhões movimentados em 2018. Um verdadeiro salto.
Segundo ele, o crescimento se dá porque o consumidor de todo o mundo está demandando alimentos mais seguros, produzidos com soluções baseadas em substâncias de baixo impacto e sustentáveis.
“Diferentes fontes sugerem que o mercado global de biodefensivos e biopesticidas ultrapassará vendas anuais de US$ 4 bilhões em 2019”, afirma. “A América Latina e a África Subsaariana são as regiões com o maior potencial de terras aráveis a serem usadas ou restauradas com a ajuda de soluções biorregenerativas”.
A produção de defensivos biológicos cresceu mais de 70% no último ano no Brasil, movimentando R$ 464,5 milhões ante R$ 262,4 milhões em 2017. O resultado brasileiro é considerado o mais expressivo da história do setor e supera o percentual apresentado pelo mercado internacional.
Em um país com alto índice de insetos devido ao clima tropical, o desafio dos agricultores é reduzir a aplicação dos pesticidas, principal método de manejo de pragas do país atualmente, para também reduzir o custo da produção e os riscos associados para a saúde humana e os recursos naturais.
O professor titular de Entomologia e Acarologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), José Roberto Parra, lista uma série de vantagens para o uso de biodefensivos, principalmente o aspecto ecológico e social dos produtos.
“É indiscutível essa vantagem. Quando você usa inseticidas, você mata esses agentes de controle biológico, que chamamos de inimigos naturais, então, o controle biológico não mata e não aumenta a resistência das pragas. E não tem problemas ambientais de contaminação do solo, da água, dos alimentos”, destaca.