A valorização do cereal é seguida por produtos como as carnes bovina e suína, o café e o açúcar

O agro brasileiro está bombando nas exportações. Em abril deste ano aconteceu algo até inusitado. O comércio rompeu a barreira de um dígito, e o agro registrou US$ 10,22 bilhões no comércio internacional. O número foi levantado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Economia. O recorde anterior das vendas externas para os meses de abril ocorreu em abril de 2013, quando as exportações foram de US$ 9,65 bilhões.

Sabia que o milho foi o produto que mais teve valorização no preço? A commodity atingiu uma incrível alta de 120% no seu preço em dólar. O quilo do produto que era de US$ 0,19 passou a ser de US$ 0,42. O cereal está sendo muito visado por ser uma base para ração animal. Numa época de pandemia, o foco é a criação e recomposição de rebanhos em todo o mundo. Isso elevou a procura pelo milho e também aumentou consideravelmente o seu valor de mercado.

Nenhum outro produto do agro no Brasil chegou a tal valorização. Dos vinte principais da cesta rural, apenas cinco tiveram altas de preço em dólares em relação a abril de 2019. Além do milho, os demais valorizados foram a carne bovina in natura (+15,8%), a carne suína in natura (+13,9%), o café (8%) e o açúcar (7%). As maiores baixas foram de celulose (-25,2%), suco de laranja (-24,6%) e o etanol (-21,5%).

Gangorra comercial

Se por um lado, o milho foi o produto mais caro, por outro, foi também a commodity menos exportada. Esse é basicamente o reflexo apresentado na gangorra do comércio exterior da produção das fazendas brasileiras. Em abril de 2019, o volume do cereal brasileiro exportado foi de 348,2 mil toneladas. Já em abril deste ano, a quantidade foi 6 mil toneladas, uma queda de 98,3%.

O produto que mais teve crescimento em volumes em abril foi o etanol (1.822%), que foi puxado pelas compras sul-coreanas para o abastecimento do mercado face à volta da circulação de carros no país asiático. Ainda assim, as exportações do biocombustível brasileiro somaram apenas 64,4 milhões de litros, equivalente a 5,4% do consumo em março deste ano no Brasil. Outro destaque foi o complexo soja, com os embarques de 16,3 milhões de toneladas. A alta foi de 73%.

Acumulado do mês

No primeiro quadrimestre deste ano, as exportações brasileiras do agro somaram US$ 31,40 bilhões, alta de 5,9% em relação ao mesmo período no ano anterior. O crescimento das exportações do setor resultou no aumento da quantidade embarcada, com alta de 11,1%, enquanto o índice de preço sofreu redução de 4,7%.

O resultado é aumentado por conta da desvalorização do real perante o dólar. A desvalorização é de 36,4% no comparativo de abril de 2020 e abril de 2019. E aí, gostou da matéria? Você pode: curtir, comentar e compartilhar (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo)