Mitos e verdades sobre o uso de agrotóxico na alimentação
Dezenas de estudos, pesquisas e relatórios são lançados anualmente envolvendo o uso de agrotóxicos no Brasil e, mesmo assim, muita desinformação e preconceito sobre a sua utilização ainda ronda a sociedade.
Afinal, fazem bem ou mal à saúde? São ou não indispensáveis para a agricultura no mundo? Estes assuntos e muitos outros são debatidos frequentemente e, neste artigo, teremos a oportunidade de esclarecer alguns dos principais mitos e verdades sobre a utilização de agrotóxico na alimentação.
QUAL É A VERDADE?
Para se chegar a este número, grupos contrários à sua utilização somaram a quantidade total de agroquímicos utilizados no país e dividiram pelo número de habitantes. O que é um erro.
O que torna este dado um mito é o fato de que não foi levado em consideração que boa parte dos agrotóxicos utilizados não são destinados para a produção de alimentos, podendo usar como exemplo a plantação do algodão e diversos outros produtos que não se destinam diretamente ao consumo humano.
Além disso, a maior parte dos defensivos agrícolas (60%) são herbicidas, que são empregados nas plantas daninhas, que não servem de alimento. Além do mais, o produto geralmente é aplicado no caule, nas folhas e nas sementes.
Dificilmente é aplicado na parte comestível da planta. Por fim, há um intervalo de segurança entre a última aplicação de defensivo até chegar à mesa do consumidor.
Mais de 99% dos defensivos agrícolas se degradam no ambiente após dias ou semanas.
QUAL É A VERDADE?
Para ser aprovado, um pesticida passa por diversos estudos toxicológicos para avaliar sua segurança à saúde e ao meio ambiente.
Além disso, os alimentos que chegam à mesa do brasileiro passam por análises de técnicas definidas por órgãos internacionais, como Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudo elaborado no Brasil pela Anvisa em 2016 com base nas diretrizes desses órgãos internacionais apontou que 99% das 12 mil amostras de alimentos avaliados pelo órgão não representam risco para a saúde da população.
Neste sentido, acreditar que diversas pessoas colocariam ao mercado um produto capaz de fazer mal à saúde dos humanos, pode até ser compreendido mesmo como uma teoria da conspiração.
Várias pessoas estão envolvidas no processo de produção dos defensivos agrícolas antes de chegarem à lavoura e, cada uma delas também se preocupam com a sua própria saúde, a da sua família e da sociedade e do meio ambiente como um todo.
QUAL É A VERDADE?
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a produção agrícola mundial perde anualmente de 20% a 40% por conta das pragas.
Os defensivos agrícolas são aplicados quando insetos, fungos, bactérias e outras doenças estão a ponto de prejudicar de forma irreversível o plantio.
Antes que isso aconteça, existe uma série de medidas de manejo para evitar a infestação de organismos indesejados nas plantas.
Depois da utilização dessas ferramentas que não foram capazes de controlar as pragas, deve se utilizar o defensivo agrícola.
Neste sentido, o defensivo colabora para que o alimento esteja disponível em abundância e acessível financeiramente para a população.
A FAO também aponta que a demanda por alimento deve aumentar em 70% até 2050*. Nesse contexto, é impossível alimentar toda a população mundial sem o uso dos defensivos agrícolas.
QUAL É A VERDADE?
Isso não faz sentido. O projeto de lei 6299/02 garante mais modernização, transparência e rigor científico na aprovação dos defensivos agrícolas, pois prevê uma análise mais completas, levando em conta todos os riscos envolvidos a saúde e ao meio ambiente na aplicação dos produtos.
Além disso, a transparência nos procedimentos de avaliação dos defensivos agrícolas vai permitir que produtos mais modernos cheguem ao mercado sem prejudicar as análises técnicas feitas pelo Mapa, Anvisa e Ibama, que continuam responsáveis pela aprovação desses produtos.
QUAL É A VERDADE?
Este dado amplamente difundido pelos grupos contrários aos agrotóxicos trata-se de uma redução grosseira da relação do país para com os defensivos agrícolas.
Ele leva em conta a quantidade “bruta”, por assim dizer, da utilização de defensivos agrícolas, mas não considera um dado relevante para que esta afirmação pudesse ser feita, que é a da quantidade de hectares em que estes agroquímicos são divididos.
Quando este dado é trazido à luz, percebemos que o Brasil ocupa apenas o sétimo lugar como o país que mais utiliza defensivos agrícolas por hectare no mundo, ficando atrás de Japão (valendo lembrar que é o país com maior índice de longevidade no mundo e que é realmente o que mais utiliza agroquímicos por hectare), da Alemanha, da França e do Reino Unido, por exemplo.
QUAL É A VERDADE?
Considerando um compilado com mais de 150 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos no Reino Unido através do American Journal of Clinical Nutrition, não foi possível afirmar que os chamados produtos orgânicos, aqueles que utilizam “fertilizantes e defensivos agrícolas não-derivados de ingredientes químicos”, seriam melhores que convencionais, sendo alimentos cultivados com adubos e defensivos sintéticos.
Na comparação, foi levantado que não há comprovação de que os produtos orgânicos tragam qualquer benefício à saúde a mais do que os produtos que não têm este método de produção.
Com isso, trata-se de uma falácia que não é comprovada cientificamente, dizer que produtos orgânicos seriam mais saudáveis ou mais nutritivos do que os outros alimentos.
Neste artigo, você teve a oportunidade de conhecer alguns dos principais mitos que permeiam o assunto da utilização dos defensivos agrícolas no Brasil.
Grupos contrários e favoráveis debatem intensamente, mas como vimos, boa parte destes mitos podem ser rebatidos com dados científicos, pesquisas que mostram que a atual vida moderna depende muito da correta utilização de defensivos agrícolas para que não apenas o Brasil, como o mundo todo, possa continuar se alimentando.
Desta forma, uma última dica é que você busque o máximo de informações possíveis antes de formar a sua própria opinião sobre o tema.
Conhecer os dois lados da história é importante, mas, ainda mais importante é compreender o que os profissionais especialistas no assunto têm a dizer e o que os cientistas falam sobre o uso de agrotóxicos no Brasil.