O ator Joaquim Phoenix, ganhador da estatueta de Melhor Ator, atacou a produção de leite no mundo. Ele está certo?

A festa mundial do cinema prometia ser inesperada, na noite de domingo (9). Realmente foi. Pela 1ª vez um longa-metragem em língua não-inglesa ganhou o Oscar de Melhor Filme. Outra surpresa: o ataque ao agro no discurso do ator Joaquim Phoenix, ganhador da estatueta de Melhor Ator.

“Estive pensando em alguns problemas angustiantes”, disse Phoenix com a estatueta na mão. “Entramos no mundo natural e saqueamos seus recursos. Temos o direito de inseminar artificialmente uma vaca e, quando ela dá à luz, roubamos seu bebê, mesmo que que seus gritos de angústia sejam inconfundíveis. Depois pegamos o leite dela, destinado ao bezerro, e o colocamos no café e no cereal.”

Agro é heroi, Phoenix

Por essa fala, até parece o agro é o próprio Coringa da história. O fato é que o agro é o herói. A fala de Phoenix apresenta incongruências. A produção leiteira, assim como a de qualquer outro animal se baseia em um código cientificamente elaborado: o de boas práticas e de bem-estar animal.

Uma das regras é deixar a vaca e o bezerro juntos o tempo suficiente nas primeiras semanas do recém-nascido. O primeiro leite é chamado colostro – alimento que todo mamífero recebe da mãe quando nasce, é uma espécie de vacina que dará ao animal os nutrientes e anticorpos para garantir a sua saúde.

Colostro para todos

Na produção de suínos, por exemplo, esse trabalho é fiscalizado por lupa, pois suinocultura produtiva é sinônimo de leitões sadios (sempre). Quando nascem, é uma tarefa primordial garantir que todos bebam o colostro.

A luta do agro, todos os anos

O sistema de produção foi feito para alimentar! Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são estimadas que 842 milhões de pessoas sofram de fome crônica no mundo em países em desenvolvimento. E mais: por ano, morrem cerca de 5 milhões de crianças menores de cinco anos de idade por doenças relacionadas à desnutrição.

Os produtores rurais acordam cedo todos os dias para combater essa realidade. Por isso, é bom valorizar o trabalho deles. “Mas os seres humanos, no nosso melhor, são inventivos, criativos e engenhosos”, disse Phoenix, e é assim mesmo que caminha o agro.

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