Produto da palma, uma das dezenas de espécies de palmeira existentes nas regiões tropicais, o óleo de palma ou azeite de dendê tem ganhado cada vez mais destaque no cenário mundial devido à sua versatilidade, seja na indústria de alimentos, cosméticos, higiene ou biocombustíveis.

No entanto, os responsáveis por 85% da produção mundial, Malásia e a Indonésia, são constantemente criticados pelo desmatamento, que traz grandes impactos ambientais e resulta, por exemplo, na extinção de macacos.

Elaborado em 2010 pela Embrapa, o Zoneamento Agroecológico do Dendê para as Áreas Desmatadas da Amazônia Legal (ZAE-Dendê) é um trunfo sustentável brasileiro.

Diferente do que ocorre lá fora, a palma tupiniquim só pode ser plantada em áreas degradadas, isto é, em locais que não teriam outra utilização. A lei brasileira determina, por exemplo, que para cada hectare plantado, um hectare deve ser conservado, contribuindo assim para o reflorestamento das áreas.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Roberto Yokoyama, no Brasil não é permitido desmatar com foco no óleo de palma, pois a produção só ocorre em pastagens degradadas.

“O Brasil tem a palma mais sustentável do mundo porque temos um arcabouço de legislação que não permite a derrubada da floresta nativa. O zoneamento levou em conta a aptidão da região, o clima e o solo. Somos o único país que tem que preservar 50% das florestas primárias, o restante é área de plantio de palma. Se você tiver mil hectares, só pode usar 500”, explica Yokoyama.

A palma fornece quase um terço da produção global de óleos vegetais e teve origem, provavelmente, na Guiné, na África. A oleaginosa atravessou o Atlântico trazida pelos escravos e logo pegou por aqui. Atualmente, o Pará é o principal produtor em larga escala e o Brasil ainda está buscando se firmar como um grande player.

Tailândia, Colômbia, Equador e Papua Nova Guiné representam juntas 6,6% da produção. O saldo de 8,4% divide-se entre outros 36 países, incluindo o Brasil, que ainda está buscando se firmar como um grande produtor.

Vale destacar também que a produção de óleo de palma pode auxiliar no sequestro de carbono, contribuindo para mitigar os problemas relacionados aos gases de efeito estufa, causa do aquecimento global. Sequestro de carbono é a expressão utiliza para definir o processo de retirada de gás carbônico da atmosfera. Naturalmente, esse processo é realizado pelo crescimento dos vegetais por meio da fotossíntese e pela absorção do oceano e do solo.

Boas práticas

No Brasil, Agropalma é a maior produtora de óleo de palma sustentável da América Latina e atua em toda a cadeia produtiva, da produção de mudas ao óleo refinado e gorduras especiais. Presente no estado do Pará, a empresa conta com seis indústrias de extração de óleo bruto, um terminal de exportação e uma refinaria de óleo de palma, e emprega cerca de 4.500 mil colaboradores. Em 2018, a empresa produziu 160 mil toneladas do óleo de palma, já a produção brasileira foi de 450 mil toneladas.