Pela 1ª vez Anvisa revela estudo sobre intoxicação por agrotóxicos nos alimentos
À partir de um estudo com cerca de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas de 2013 a 2018, levantamento mostra que risco à saúde é zero
Como já publicamos outras vezes, não é preciso, mesmo, se preocupar com risco de intoxicação por resíduos de agrotóxicos nos alimentos produzidos no Brasil. O mais recente estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os resíduos de defensivos agrícolas nos alimentos, apresentou, pela primeira vez, uma outra pesquisa, ainda mais robusta, sobre o potencial de risco crônico de resíduos de pesticidas.
Foram considerados os dados de cerca de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas de 2013 a 2018. Segundo a Anvisa, os resultados não apontaram um potencial risco crônico para o consumidor. O cálculo também considerou o consumo médio diário dos alimentos, por toda a vida, e os limites máximo de resíduos de alimentos não monitorados.
O que é o risco crônico?
O risco crônico de resíduos de agrotóxicos é o principal quesito de avaliação de contaminantes em alimentos que podem fazer mal à saúde. Isso porque esse é um dado sobre a exposição, ao longo da vida de uma pessoa, a uma quantidade específica de resíduos aceitáveis. Outro dado de avaliação de saúde é o de risco agudo. Este é entendido como a quantidade estimada do resíduo de agrotóxico presente nos alimentos, que pode ser ingerida em um curto período, geralmente de até 24 horas, sem fazer mal à saúde.
A pesquisa
A metodologia leva em conta a exposição calculada com os parâmetros toxicológicos de referência identificados nas amostras dos alimentos. Esse tipo de pesquisa foi possível com uma nova metodologia aprovada este ano, a qual estabelece os critérios para a avaliação do risco dietético agudo e crônico decorrente da exposição humana a resíduos de agrotóxicos nos alimentos.
Ao todo, foram 271 ingredientes ativos de defensivos químicos pesquisados nas amostras coletadas nesse período de 2013 a 2018. Segundo a Anvisa, o risco é considerado inaceitável quando a exposição dietética crônica for maior que o índice de Ingestão Diária Aceitável (IDA), ou seja, o risco só passa a ser aceitável quando a exposição crônica resultar em valor superior a 100% da IDA.
Os três agrotóxicos que apresentaram maior exposição crônica calculada foram o terbufós (28,77% da IDA) e fipronil (21,04%) e protioconazol (19,03%), com índices bem abaixo do que é considerado exposição crônica.