Por que a cultura árabe ajudou a popularizar o algodão?
Confira as curiosidades da fibra natural que tem vestido a humanidade há milênios
A palavra algodão deriva do árabe القُطُن al-qutun. O termo gerou os vocábulos cotton, em inglês; coton, em francês; cotone, em italiano; algodón, em espanhol e algodão, em português. Não é por menos que a planta que veste a humanidade há milênios tenha se popularizado pela cultura árabe. Segundo estudos históricos, a domesticação do algodoeiro ocorreu há mais de quatro mil anos na porção sul do território da Arábia. E foi justamente esse povo que ajudou a difundir a cultura do algodão pela Europa.
Por ser uma planta nativa de áreas tropicais como África, Ásia e América, o homem aprendeu a usar sua fibra. Há indícios que tecidos já eram confeccionados com algodão desde o final da última Era Glacial. Os Incas, no Peru, e outras civilizações antigas já utilizavam o algodão em 4.500 aC.
Outros registros já apontavam que o Egito, o Sudão e demais países da Ásia tinham o algodão como produto de primeira necessidade. As referências históricas ao algodão estão no Código de Manu, do século 7 aC, considerado a legislação mais antiga da Índia.
O fruto da fibra
A fibra é desenvolvida no fruto da planta, chamado tecnicamente e capulho. Ele consiste num invólucro (a casca), nas fibras e nas sementes. Os capulhos começam a se desenvolver após a polinização e passam por 3 fases: alongamento (3 semanas), desenvolvimento (3 semanas) e maturação.
Todo o algodão colhido precisa passar por um processo mecânico de descaroçamento, o qual separa as fibras das sementes. Por isso, os números da produção são apresentados em dois tipos: pluma (que considera apenas a fibra) e algodão com caroço (que considera a fibra e a semente).
Semente nutritiva
A semente do algodão é também aproveitada. Dela é extraído um óleo que pode ser uma alternativa ao uso dos óleos de soja, milho ou canola tradicionais. Ele é rico em nutrientes como vitamina E e ômega-3, atuando no organismo como um forte antioxidante e anti-inflamatório, e ajudando a prevenir doenças cardiovasculares.
Produção no Brasil e no mundo
A safra 2020/2021 fechou em 2,36 milhões de toneladas da pluma de algodão, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os Estados de Mato Grosso e Bahia são os maiores produtores da fibra, concentrando 90,2% do total da pluma colhida no País.
Na safra passada, a produção mato-grossense foi de 1,62 milhão de toneladas (68,6% da safra nacional) e a Bahia 506,6 mil toneladas (21,5%).
A produção de algodão nacional foi a quarta maior no mundo na safra 2020/2021, segundo o levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês). Em primeiro lugar vem a China com 6,4 milhões de toneladas. O país asiático é seguido pela Índia, com 6,1 milhões de toneladas; e os Estados Unidos com 3,2 milhões de toneladas. Mundial a safra de algodão foi de 24,4 milhões de toneladas.
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