Por que o Brasil não sofrerá o desabastecimento de proteína animal

Por que o Brasil não sofrerá o desabastecimento de proteína animal

Consultoria avalia que Brasil produzirá carne suficiente para abastecer o País e ainda exportar

Sabe por que não faltará carne no País? Porque o Brasil está firme e forte com sua produção no campo. Essa é a análise da consultoria Athenagro, uma das principais analistas do mercado de carne bovina do País e que, anualmente, promove o Rally da Pecuária.

Segundo o agrônomo, Maurício Palma Nogueira, sócio-diretor na Athenagro, somando as carnes bovina, bubalina (de búfalos), suína e frango, em 2020 o Brasil irá produzir 38% a mais do que será consumido. “Essa produção já está contratada com as operações em andamento nas fazendas. Vai ser produzido”, explica Nogueira numa publicação que fez em seu LinkedIn.

Essa avaliação bem para fundamentar o que a ministra Tereza Cristina vem propagando a cada publicação em suas redes sociais e a cada entrevista que dá.

Postagem via Twitter da ministra Tereza Cristina, no sábado (21)

Sem chance para o desabastecimento

Portanto, na avaliação de Nogueira, não há risco de desabastecimento de proteínas. “Não há necessidade de estocar carnes em casa”, aconselha. “Essa ação só irá dificultar a reposição das gôndolas com o inevitável impacto nos preços.”

O Brasil é um grande fornecedor de alimentos para o mundo sem deixar de lado o fornecimento interno. No ano passado o agro brasileiro foi líder no ranking de países exportadores de carnes – somando os volumes negociados de carne bovina, bubalina, suína e frango.

O país somou um total de 7,3 milhões de toneladas, 20,3% do volume total de carnes negociadas mundialmente e 28,1% da produção de carnes destinadas ao consumo interno. Logo atrás do Brasil, vem os Estados Unidos, a Holanda (Países Baixos), a Polônia e a Austrália (confira os detalhes no quadro abaixo).

“Se o setor de proteínas não exportar o excedente produzido em 2020, o prejuízo impactará a oferta nos próximos anos. Por isso, é fundamental que medidas governamentais não dificultem as operações de logística e exportação das mercadorias. São setores essenciais”, explica Nogueira.

O país somou em 2019 um total de 7,3 milhões de toneladas, 20,3% do total dessas carnes negociadas mundialmente e 28,1% da produção dessas carnes no País (25,9 milhões de toneladas)

Preços em queda

Os preços já estão retrocedendo. Lembra-se do preço da carne bovina que estava lá nas alturas no final do ano passado? Depois de uma acomodação do mercado, está baixando cada vez mais. Pelo menos nos valores pagos ao produtor. No ano passado, o preço do quilo da carne bovina chegou a incríveis R$ 15,42, no dia 29 de novembro de 2019 (o valor refere-se ao preço da arroba do boi gordo. Uma arroba equivale 15 quilos). O valor foi o mais alto já calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), de Piracicaba (SP). Na terça-feira (24), o valor era de R$ 13,00, o que representou uma queda de 15,7%.

Frango

A carne do frango também teve seu pico e foi entre os dias 10 e 13 de dezembro, do ano passado. O quilo do frango resfriado chegou no teto mais alto de R$ 5,46, segundo o Cepea. Na terça-feira, o preço era de R$ 4,49 o quilo, o que representou uma queda de 17,8%.

Suíno

Já o preço do suíno vivo, pago ao produtor, chegou ao seu nível mais alto no dia 2 de janeiro deste ano, em R$ 5,94 o quilo, segundo o Cepea. O valor é a média dos valores acompanhados em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. No dia 24, o preço do quilo R$ 5,47, queda de 8,0%.

O AgroSaber continuará atualizando seus leitores sobre os impactos do novo coronavírus no agro brasileiro. E aí gostou da matéria? Você pode: curtir, comentar e compartilhar. (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo).