Queijos brasileiros levam ouro em premiação na França
O vencedor da medalha “Super Ouro” do Mundial de Queijo é produzido com leite de vacas da raça Gir Leiteiro, alimentadas exclusivamente de pasto e feno.
Está enganado quem pensa que os queijos brasileiros se resumem ao muçarela e ao prato. Estes que estão entre os derivados lácteos nacionais mais comuns nas prateleiras dos supermercados. Já faz algum tempo que a produção brasileira de queijos está se especializando, especialmente a artesanal. Nesta categoria, os queijos mais centenários e reconhecidos pela alta gastronomia são o mineiro canastra e o gaúcho colonial.
Mas além deles, há uma safra mais jovem, que começou a ser produzida há cerca de dez anos no País, e que está desbancando os tradicionais queijos franceses. O exemplo é queijo cuesta, feito na fazenda Sant’Anna, em Pardinho, no interior do Estado de São Paulo. O queijo foi um dos ganhadores da medalha “Super Ouro”, no Mondial du Fromage (Mundial do Queijo, na tradução livre do francês), realizado em junho deste ano, na cidade de Tours, na França.
Qualidade do leite
Segundo o produtor Bento de Carvalho Mineiro, 29 anos, da Sant’Anna, o Cuesta se assemelha a ao queijo francês Tomme – um queijo cremoso e suave, só que mais maturado. Para ele, o grande segredo do queijo está relacionado à raça de bovinos que dão o leite (gado Gir Leiteiro, originário do norte da Índia ) e à alimentação desses animais. Essas vacas se alimentam de pasto e feno. Na hora da ordenha, o bezerro deve estar ao lado da vaca, de preferência, mamando. “Isso é o que garante uma alta qualidade para o nosso leite, o que, consequentemente, dá um sabor incomparável ao queijo”, diz Bento Mineiro.
Promovido a cada 2 anos desde 2013, o Mondial du Fromage é uma espécie de Copa do Mundo para mestres queijeiros e derivados lácteos. O Brasil participou pela primeira vez em 2015, mas foi na edição deste ano que os nossos produtores estiveram em peso no torneio, com 137 queijos na disputa, representando Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e Pará. Ao todo, concorreram 952 queijos, de 48 países.
Neste ano, Brasil conquistou quatro super ouros, seis ouros, 23 pratas e 23 bronzes na premiação. Dessas medalhas, 50 foram para pequenos produtores de Minas Gerais (24, especificamente, aos produtores da Serra da Canastra).