Réveillon francês vai ter espumante brasileiro
Saiba quais os espumantes e vinhos tupiniquins que estão agradando o público mais exigente por estas bebidas no mundo
As celebrações de Ano Novo estão logo, aí. Há quem já tenha colocado o espumante para gelar e esteja em clima de contagem regressiva. E advinha quem vai tomar essa tradicional bebida fabricada em solo brasileiro: os franceses. Este ano, por exemplo, foram vendidos ao país europeu, 201 quilos da bebida, o que rendeu uma receita de US$ 1,5 mil, segundo os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O valor é, de fato, muito pequeno, mas é importante frisar que a França é um dos maiores produtores de vinhos e espumantes do mundo – especialmente quando o assunto é dos rótulos mais caros. É de lá, por exemplo, que sai o Champagne, marca de denominação de origem e que só pode ser utilizada pelos produtores de espumantes da região de mesmo nome, naquele país. Portanto, vender qualquer quantidade que seja para lá, já é uma grande vitória. E certamente não foi qualquer vinho para lá: na média, o quilo do produto foi um dos mais caros deste ano US$ 7,29. A média do valor da bebida foi de US$ 1,73.
Invação brasileira
A gaúcha Miolo, uma das grandes produtoras de uva na Serra Gaúcha e no Nordeste, e fabricante de vinhos e espumantes, iniciou há cerca de dois anos um projeto de envelhecimento de espumantes numa cave submarina no mar da província de Bretagne, no Atlântico Norte, em território francês.
As caves são lugares como uma espécie de adega, construídas em salas subterrâneas, com pouca luz. Esses ambientes criam condições ideais, não apenas para envelhecer a bebida, mas para conferir características singulares à ela. Segundo Adriano Miolo, superintendente da empresa, muitos rótulos de sua fabricação já estão sendo apreciados pelos franceses. “O vinho brasileiro vem ganhando qualidade e muitas premiações”, diz Miolo.
Premiações
No ano passado, os vinhos brasileiros ganharam inúmeras premiações em países como Argentina, Canadá, Chile, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Suíça e Uruguai. Além da Miolo, outras grandes fabricantes como a Salton, a Aurora e a Cooperativa Vinícola Garibaldi estão entre as empresas de destaque na produção de vinhos de qualidade.
O Rio Grande do Sul é um dos principais polos da produção de vinhos e espumantes brasileiros, mas o Nordeste, o Sudeste e até o Centro-Oeste estão se tornando importantes regiões dessa indústria vitivinícola. Segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a produção da bebida deve chegar a 403,61 milhões de litros neste ano e uma quantidade de 614,3 milhões de toneladas de uvas. O agro brasileiro é altamente sustentável e cada vez mais sofisticado. E aí, já colocou seu espumante tupiniquim para gelar?