Sem herbicidas não há safra no Brasil

Sem herbicidas não há safra no Brasil

Atualmente se fala muito sobre o uso de agrotóxicos no Brasil e o suposto mal causado por eles.

Mas, antes de qualquer coisa, é necessário entender o porquê de seu uso nas safras.

Nesse texto, focaremos no assunto sobre herbicidas, aqueles que protegem as plantas de ervas daninhas prejudiciais à cultura.

Há condições específicas do nosso clima e geografia que fazem com que seja mais difícil impedir a proliferação das pragas agrícolas.

A missão é de alimentar mais pessoas, não ficando apenas com pequenas escalas de alimentos que matam a fome apenas de pequenas parcelas privilegiadas da população.

Vamos apresentar alguns motivos pelos quais, sem herbicidas, não há safra no Brasil.

As mesmas características que fazem da nossa terra um paraíso para a plantação, também podem fazer um inferno e é por isso que se faz necessário o uso de agrotóxicos no país.

O clima do Brasil facilita a proliferação de ervas daninhas

O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apresenta uma grande variedade de climas como equatorial, tropical, tropical de altitude e tropical atlântico.

A maior parte territorial do país  é atingida pelo clima quente e úmido, o que causa calor excessivo e uma enorme quantidade de precipitação.

Essas são as características ideais para todo tipo de vida, você certamente já deve ter reparado isso no seu dia a dia.

Se essas condições se aplicam a fatores comuns do cotidiano, imagine em um lugar tão diverso como uma lavoura.

Há um ditado conhecido sobre o Brasil que diz “tudo que aqui se planta, dá”.

Isso acontece porque aqui o clima é muito favorável à vida. As plantas aproveitam as condições propícias e crescem com mais facilidade do que em outros lugares.

Mas, não só as que queremos. A agricultura não se resume apenas à cultura desejada, mas também às ervas daninhas.

Quando se diz que todo tipo de plantação prospera, lamentavelmente não há restrições ao que é nocivo.

De acordo com o trabalho científico de Adriana Rosa Bieras e Maria Juraci Zani dos Santos, “Condições Climáticas e Incidência de Doenças nas Principais Regiões Produtoras do Estado de São Paulo”, as epidemias são dependentes diretamente do clima e de variáveis como temperatura, precipitação, radiação solar, ventos e pressão atmosférica.

Em regiões com condições desfavoráveis, as plantas ficam muito mais suscetíveis à doenças que podem destruir não só a safra, como também comprometer toda aquela cultura por gerações.

É por isso que produtores agrícolas relatam situações de desespero ao perceber que suas lavouras estão infestadas por pragas, pois seu sustento poderia ser comprometido por muito tempo.

Plantas daninhas comprometem severamente uma lavoura

Há estudos que demonstram que uma proliferação de plantas daninhas pode comprometer, por exemplo, 70% de uma produção de grãos.

Ainda estima-se que elas estejam presentes em cerca de 50% das plantações de soja do país.

Para piorar, com o passar do tempo elas podem se tornar resistentes a um determinado tipo de herbicida, assim se faz necessária uma mudança no tipo utilizado e também na cultura, já que espécies diferentes são resistentes à pragas diferentes.

Por causa dessas adaptações da natureza, é fundamental o aumento dos investimentos em pesquisas para o desenvolvimento de herbicidas mais eficazes no Brasil.

A ideia de um herbicida eficaz é que ele mate apenas as ervas daninhas e preserve a plantação.

Para isso, seu desenvolvimento precisa ser planejado e pesquisado. Atualmente existem dois tipos de herbicidas muito usados: os à base de agentes vitais, preferencialmente fungos, e os que possuem enzimas para inibir as funções vitais da planta, como a fotossíntese.

Em ambos os casos, eles precisam ser seletivos, atingindo apenas as espécies que são danosas.

Daninhas encarecem e dificultam a produção agrícola

Quando você tem uma pequena horta na sua casa e planta ervas, temperos ou verduras para consumo próprio, você pode perceber que normalmente crescem espécies invasoras, podemos chama-las de mato ou afins, estas disputam espaço e comumente prejudicam bastante as culturas.

O jeito mais rápido e fácil de acabar com essas pragas é simplesmente arrancando essas invasoras pela raiz, impedindo que voltem a crescer por um tempo.

Agora pense em como isso funcionaria em larga escala, quando há muitos hectares de plantação atingidos pelo mesmo tipo de espécie predatória.

Essas espécies invasoras roubam água e nutrientes das culturas, além de crescerem por dentro do solo no espaço que permitiria que mais exemplares desejados progredissem.

Por isso, elas encarecem a produção, fazendo com que mais água, energia elétrica e mão de obra sejam necessárias para garantir a sobrevivência da lavoura.

Os efeitos disso são escassez de alimentos, uma vez que parte do espaço foi infestado, e uma alta dos preços dos produtos para a população, já que a produção teve gastos excessivos.

De acordo com o Embrapa, os custos de produção em uma lavoura infestada com ervas daninhas sobe entre 42% e 222%.

O Brasil tem que produzir muito alimento, pois atualmente temos 207 milhões de habitantes e isso sem levar em consideração as exportações dos produtos, o que fortalece a economia.

As nossas safras agrícolas são um bem precioso, mas é necessário que elas sejam defendidas de ameaças como as plantas daninhas, que crescem graças às mesmas condições climáticas que também são favoráveis à culturas tão variadas.

Para que haja safras com quantidade e qualidade elevadas é fundamental o uso dos herbicidas.

O uso dos agrotóxicos no Brasil tem uma busca pela melhoria das condições alimentares da população, evitando com que grandes safras sejam perdidas, seja por outras pragas, como lagartas ou bactérias, seja por ervas daninhas.

Comprometer uma lavoura dificulta a alimentação de diversas pessoas espalhadas pelo nosso país.