Soja nasceu na China, mas quem produz pra valer é o Brasil
Com uma população de 1,38 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 12 trilhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a China é o maior importador da soja brasileira.
Apesar de ser originária de terras chinesas, do elevado consumo do grão e da imensa área territorial — 9.596.961 quilômetros quadrados — o país asiático produz soja, mas está longe de atender sua demanda e hoje depende de importação.
Em 2018, o Brasil exportou 83 milhões de toneladas de soja para o mundo todo, sendo que apenas para a China foram enviadas 68 milhões de toneladas, o que corresponde a 82% das exportações de soja naquele ano. Hoje, a soja importada do Brasil tem preço mais baixo e melhor qualidade, uma forte característica do agro brasileiro.
Na safra 2019/20, como resultado de investimentos na produção nacional, a China estima produzir apenas 17,27 milhões de toneladas da oleaginosa, um aumento de 7,9% em relação ao ano anterior, segundo estimativa do Ministério da Agricultura chinês em um relatório mensal. Esse é o maior volume desde a safra 2004/05.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja de São Paulo (Aprosoja-SP), Gustavo Chavaglia, a agricultura chinesa ainda é muito artesanal e dado ao volume de sua população, e por isso a produção é insuficiente.
“A soja brasileira tem mais proteína quando comparamos com os níveis mundias. Com ela você alimenta mais animais e produz mais. A soja é a fonte mais barata de proteína para alimentação animal, com foco na soja transgênica”, disse.
Ainda segundo Chavaglia, a qualidade da soja brasileira é resultado de muita pesquisa para adaptação do grão ao clima tropical por meio de melhoramento genético. Além disso, os produtores vem adotando novas técnicas e novos insumos para produzir mais e melhor.
Ele explicou ainda que o Brasil tem boa relação com a China e é a melhor opção para qualquer nação comprar produtos agrícolas.
“A cada dia nos aproximamos mais, somos amigáveis e precisamos de mercado. Acredito que a China não representa risco ao Brasil, estamos aqui para servi-los da melhor forma possível. O Brasil tem que fortalecer suas relações, pois temos vantagens qualitativas e competitivas”, explicou.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior, a Secex, mostram que nossos maiores clientes são: 1º China; 2º Espanha; 3º Países Baixos (Holanda); 4º Turquia e 5º Irã. A Espanha comprou cerca de 1,8 milhão de toneladas; os Países Baixos e a Turquia respondem por 1,3 milhão cada e o Irã por 1,2 milhão.
Acordos comerciais
A importância do país é tão grande que o presidente Jair Bolsonaro embarcou neste sábado com sua comitiva para uma viagem de dez dias pela Ásia e pelo Oriente Médio. O principal destino é a China e na ocasião serão firmados novos acordos comerciais.
Os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura), Osmar Terra (Cidadania), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) integram a comitiva de Bolsonaro.