Tem vírus se espalhando nas lavouras do Brasil e isso é uma ótima notícia!
Junto com bactérias, fungos e pequenos insetos eles formam um batalhão biológico para combater as pragas. Saiba porque isso torna a agricultura brasileira ainda mais produtiva e sustentável
Safra após safra, todo o produtor de alimentos que se preze tem de batalhar para que sua lavoura, seja ela qual for, não se reduza a pó por conta de ataques de insetos ou fungos. A Revolução Verde, uma frente científica iniciada entre as décadas de 1950 e 1960 pelo Nobel da Paz, o americano Norman Borlaug, trouxe ferramentas para esse controle, através do melhoramento de sementes e do uso de agrotóxicos.
Mas mesmo naquela época, a tônica era manter presente no campo as espécies que são inimigas naturais das pragas e doenças na agricultura, como muitas espécies de insetos. Atualmente, essa tendência é cada vez maior e forte em todo o mundo. Os esforços das empresas, inclusive das fabricantes tradicionais de agroquímicos, são para catalogar cada vez mais esses inimigos naturais e reproduzi-los aos montes.
Esses seres são os agentes de controle biológico. Um batalhão potente classificado como microbiológicos, grupo onde estão espécies de vírus, bactérias e fungos, e macrobiológicos, com espécies de abelhas e pequenas vespas. Esse batalhão é certeiro: vai até onde a praga está e a elimina. “A agricultura brasileira está experimentando uma grande explosão do controle biológico”, afirma Arnelo Nedel, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio).
Químicos e biológicos
A fórmula de combate continua a mesma, com o controle tradicional de químicos aliado aos agentes biológicos. “Os fabricantes de agroquímicos tradicionais entenderam a necessidade do controle biológico”, diz Nedel. “Assim como os fabricantes de biológicos perceberam que sozinhos não são eficientes. Há momentos que é preciso adotar o controle químico para garantir a viabilidade das lavouras”. A aplicação dos biológicos tem outra vantagem: permite a utilização das mesmas máquinas e implementos agrícolas normalmente empregados nas fazendas.
Essa união de forças barateia a produção agrícola, faz cair a pressão de químicos no campo e, ainda, permite diminuir a resistência das pragas e doenças através do controle com os defensivos químicos. Atualmente, cerca de 10 milhões de hectares são tratados também com agentes biológicos. Isso corresponde a 13% da área ocupada por lavouras e florestas plantadas no País. Com o avanço da ciência, esse tipo de ação deixa de ser uma alternativa ou nicho de mercado para compor o manejo integrado de pragas e doenças das fazendas.
(Siga as novidades do Agrosaber, e conheça – em breve – os detalhes das principais espécies do controle biológico – algumas até lançadas por drones).