“Tentam vender para a sociedade que o agrotóxico está matando o produtor, mas não é verdade”, contesta especialista
Dados do Sistema Nacional de Informação Tóxico-farmacológica (SINITOX) entre 1985 a 2016 foram analisados pelo doutor em toxicologia pela Universidade de León na Espanha, Claud Ivan Goellner.
O especialista estuda o tema há 40 anos e explica que o objetivo de determinados grupos é atacar o agronegócio, por meio de constantes fake news. Claud Goellner elaborou o artigo científico Intoxicações com produtos fitossanitários noBrasil: Análise do volume e casuística do SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO TOXICO-FARMACOLÓGICA (SINITOX).
A pesquisa mostra que as intoxicações ocupacionais representaram 26% de 1999 a 2013. Enquanto o suicídio 41%, e as acidentais 27%. Se juntar as duas últimas, o número chega a 70%.
“Entre 1987 e 2016, em 19 anos, percebemos que à medida que a intoxicação por tentativa de suicídio aumenta, a intoxicação de quem aplica no campo está diminuindo. Isso mostra que o problema não está na aplicação dos produtos, está na cidade. A maior parte de quem tenta suicídio são mulheres e estudantes, estão ali na faixa dos 14 aos vinte e poucos anos”, alertou.
Segundo ele, a verdade é que tentam vender para a sociedade que o agrotóxico está matando os trabalhadores rurais mas isso não é verdade, aliás esse é um verdadeiro desserviço.
“Essas campanhas falando dos agrotóxicos estão favorecendo o aumento do suicídio. Em algumas regiões do país a tentativa de suicídio com agrotóxico é predominante, em algumas regiões do Nordeste esse número chega a 75%. Já aqui no Rio Grande do Sul, chegou a 98%. São intoxicações que não envolvem o meio rural”, esclareceu.
O professor observou ainda que entre 1999 e 2016 foram registrados 49 óbitos ocupacionais, o que significa pouco mais de dois por ano. No mesmo período, foram 122 suicídios com medicamentos, o que representa 6 por ano.
“Estão querendo transferir um problema que não é rural para o produtor. Estão cobrando responsabilidades dele em alguns momentos, transformando ele num criminoso. Ou, em determinados momentos, tornam ele uma vítima, um ignorante, um inocente útil das multinacionais. Coisa que ele não é. Nosso produtor é esclarecido e sabe o que está fazendo”, disse, citando dados de mortalidade anual no Brasil.
Os óbitos ocupacionais são baixos, e de acordo com o especialista, isso se deve ao fato de o produtor manejar hoje produtos bem menos tóxicos, isto é, em relação ao agrotóxicos de primeira geração a redução pode chegar a até 100 vezes. Outro fator é a utilização de doses cada vez menores.
“O produtor tem adotado boas práticas de aplicação de produtos e planos integrados de pragas e doenças. Outro motivo são os equipamentos de aplicação, como pulverizadores, tratores e aviões. Hoje usam tecnologia bastante avançada que oferecem alto grau de proteção ao aplicador”, contou ele mencionando ainda os cursos e treinamentos oferecidos pela indústria.
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