Transporte do agro brasileiro não vai parar!
A movimentação de cargas segue normal, apesar da crise do Coronavírus; conheça as iniciativas que estão mantendo firme o trabalho dos motoristas de caminhão pelo País
Mal havíamos publicado a notícia sobre o Grupo Mantiqueira, que segue firme com a produção de 2,5 bilhões de ovos, e não demorou para um seguidor do AgroSaber perguntar, pelo Facebook: “Como vai ser feita a distribuição se os caminhoneiros não podem entrar em algumas cidades?”
Possivelmente esta seja uma dúvida de muita gente. E não é para menos. Muito se tem falado nos veículos de comunicação e redes sociais sobre o risco de bloqueios e paralisações em algumas rodovias, comprometendo o abastecimento das cidades. No entanto, é preciso esclarecer que os bloqueios ocorridos até agora foram direcionados para motoristas particulares e algumas linhas de ônibus. Apesar de transporte de cargas ter sofrido uma queda de 11% na variação da demanda, segundo uma pesquisa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o trânsito está livre para os motoristas do setor.
“Não estamos enfrentando nenhum ponto de bloqueio”, afirmou Leandro Pinto, presidente do Grupo Mantiqueira. “O Brasil precisa andar.” Com sede administrativa na cidade do Rio de Janeiro, o Grupo Mantiqueira conduz uma criação de 11,5 milhões de galinhas poedeiras nos municípios de Itanhandu (MG), Primavera do Leste (MT) e Paraíba do Sul (RJ).
O transporte de cargas também está normal para a maior cooperativa agrícola do País, a Coamo, com sede em Campo Mourão (PR). Em 2019, a Coamo respondeu por 3,1% da produção brasileira de grãos. A cooperativa conta com 110 unidades localizadas em 71 municípios nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, para recebimento da produção agrícola de 29,1 mil produtores rurais associados.
Preocupação
No entanto, existe um desafio quanto ao atendimento dos motoristas de cargas, que foi externada pela ministra Tereza Cristina, em suas redes sociais. “A gente tem uma preocupação com os caminhoneiros, que são fundamentais para o agronegócio. Nós não conseguimos rodar sem eles”, diz Tereza. Segundo a ministra, é importante garantir que eles tenham pontos para abastecer, se alimentar, postos de saúde para que possam ser atendidos, se necessário.
Ajuda está a caminho
De fato, com a determinação de quarentena, já é observada a falta ou redução no número de restaurantes e de serviços aos motoristas em alguns trechos das estradas. O problema foi inclusive identificado pelo Grupo Mantiqueira. No entanto, a companhia conseguiu contornar esse problema. “Estamos fazendo um kits alimentação para os motoristas levarem. Se houver qualquer problema, eles poderão se alimentar.”
Mas, problemas como este, aos poucos, estão sendo sanados. Os governos do Espírito Santo, Maranhão e Paraná, por exemplo, já decretaram o funcionamento de atividades essenciais aos motoristas. de restaurantes, borracharias, pontos de parada e de descanso, e de oficinas de manutenção e reparo de veículos.
Saúde está em primeiro lugar
Na chegada ao Porto de Paranaguá, no litoral, os todos os motoristas recebem orientações de equipes de médicos, com medição de temperatura e avaliação de sintomas compatíveis com a Covid-19. As estruturas de atendimento foram montadas no Pátio de Triagem de Caminhões e no acesso ao cais Dom Pedro II.
As equipes, contratadas pela estatal Portos do Paraná, atenderão 24 horas, em turnos, e incluem 14 de técnicos de enfermagem, três de auxiliares administrativos e dois de limpeza hospitalar. A estrutura conta ainda com dois postos médicos e dois postos de enfermagem.
“Estamos adotando todas as medidas para proteger aqueles que não podem parar porque prestam um serviço essencial para a sociedade brasileira”, diz Luiz Fernando Garcia, presidente da Portos do Paraná. “Não mediremos esforços para combater o coronavírus na nossa comunidade”
A empresa está abastecida com 20 mil litros de álcool em gel; 144 litros de sabonete antisséptico (usados em ambientes hospitalares); 5 mil pares de luvas; 10 mil unidades extras de máscaras cirúrgicas; 21 tendas e cabines elevadas; 200 metros lineares de grade de isolamento, 32 chuveiros, 60 pias e lava-pés com hipoclorito de sódio.
O AgroSaber continuará atualizando seus leitores sobre os impactos do novo coronavírus no agro brasileiro. E aí gostou da matéria? Você pode: curtir, comentar e compartilhar. (os links de suas redes sociais estão logo aí abaixo)