Um brinde à principal estrela do turismo agro
A estação da vindima, época de colheita da uva, convida para roteiros de enoturismo que aproximam o público urbano dos produtores
O período de janeiro a março é perfeito para quem quer mergulhar no universo da produção de uvas e de vinho no País. Conhecida como a estação da vindima, a época da colheita da uva convida a aprender mais sobre a produção e ainda aproveitar degustações em lindas paisagens.
A época é excelente para chamar a atenção das pessoas para a produção de uvas, além de estimular o aumento do consumo do vinho nacionalmente. No Brasil, a média de consumo é de cerca de 2 litros por pessoa por ano, segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). O número, ainda bem baixo, revela o imenso potencial desse mercado. Para se ter uma ideia, na Argentina, que vem diminuindo o consumo a cada ano, chega a cerca de 20 litros por pessoa por ano.
Como parte da estratégia para aumentar o consumo, as vinícolas têm aberto suas portas para que os turistas possam conhecer a produção e provar um bom vinho ou suco de uva. O AgroSaber participou com exclusividade do último dia da vindima em São Roque, interior de São Paulo. A visita reuniu um público de cerca de 100 pessoas na visita à Vinícola Góes.
Uva paulista
São Roque e Jundiaí, também no interior de São Paulo, são as cidades com maior expressividade na produção de uvas no Estado. São Roque conta com uma maior produção de variedades de uvas classificadas como uvas vitis viníferas. Enquanto isso, Jundiaí, tem maior vocação para o cultivo de uvas de mesa. Ao todo, o Estado respondeu por 10,3% da produção nacional em 2019, com 148,4 mil toneladas da fruta, segundo o IBGE.
Na Vinícola Góes, a programação começa com a visita às videiras. O público confere como funciona a plantação e participa da colheita das uvas. É inclusive altamente permitido provar os frutos direto do pé, sem restrições. A variedade preferida do público é a niágara.
As uvas colhidas são destinadas para que o público participe do processo de pisa da uva. O esmagamento dos frutos com os pés era a forma com a qual se dava início à produção do vinho na Antiguidade. Com o tempo, desenvolveu-se um maquinário específico que reproduz o esmagamento das uvas com os pés.
O movimento suave teve de ser reproduzido mecanicamente porque ‘a pisada’ se consagrou como a melhor maneira de esmagamento da uva. “Para cada um quilo de fruta esmagada, são obtidos 750 mililitros de vinho”, explica o enólogo, Fábio Góes, 40 anos, que representa a 4ª geração da família fundadora da vinícola.
“É possível inclusive produzir um vinho branco de uvas tinhas”, diz Góes. Para isso seria necessário separar devidamente as cascas de cada bago de uva. Tanto trabalho, no entanto, não é muito aconselhável, segundo Góes. “É na casca que estão as grandes propriedades para um bom vinho. Por isso ela é importante.”
Técnica de Napoleão
Depois da pisa, e de um almoço harmonizado com exemplares da safra da Goés. Os visitantes puderam ver como é feita a abertura de um espumante com apenas um toque de uma espada. A técnica, muito utilizada pelo imperador francês, Napoleão Bonaparte, é chamada de sabragem. O sabre em questão era um pouco maior que um punhal, mas serviu para mostrar que fácil abrir uma garrafa de espumante sem muito esforço.
Que tal um brinde, agora? Há sempre um bom vinho bem próximo de você. Pode ter certeza.