Deu ‘match’ no campo: APPs ajudam  agricultores a preservar as abelhas

Deu ‘match’ no campo: APPs ajudam agricultores a preservar as abelhas

Aplicativos de celulares conectam produtores rurais e donos de apiários para estimular a manutenção dos insetos mais importantes para a produção de alimentos no mundo

A agricultura precisa de defensivos agrícolas aplicados com responsabilidade para produzir mais e melhor. Isso é fato! Também é fato que a grande parte da atividade agrícola depende das abelhas, especialmente nas lavouras de melão, maçã, maracujá, girassol, goiaba, pepino e tomate. Sem o trabalho de polinização, essas plantações sofreriam uma queda brutal de produção. As perdas poderiam variar de 100% (total) até 40%.

Por isso, têm se tornado muito importantes as iniciativas para equilibrar a manutenção das populações de abelhas com a produção agrícola sustentável e em larga escala, com uso inclusive dos agroquímicos. Exemplos de boas práticas não faltam, como o da produtora cearense de melões Itaueira e do projeto Colmeia Viva, encabeçado pelas indústrias de agroquímicos no País.

Onda digital

Mas, outra importante iniciativa, e com uma pegada ainda mais digital, tem virado uma febre. É a onda de aplicativos que estão fazendo a ponte entre produtores e apicultores em todo o País. A ideia dessas ferramentas é unir essas duas pontas através de geolocalização numa relação de ganha-ganha. O agricultor se beneficia por ter sua plantação devidamente polinizada e o apicultor, por ter pólen para suas abelhas produzirem e desenvolverem suas colmeias.

Entre esses apps estão o brasileiro AgroBee e o americano Pollination Network. Ambos aplicativos podem ser baixados gratuitamente em celulares ou tablets com sistemas operacionais iOS e Android. O app AgroBee é de uma startup de mesmo nome com sede em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, fundada em 2018.

Atualmente nessa plataforma estão cadastrados cerca de cinco mil hectares de lavouras e 30 mil colmeias. Já deram um ‘match’ cerca de 20 produtores, entre cultivos de café e morango, com colmeias alugadas – um serviço muito comum entre os produtores que precisam do serviço de polinização desses insetos.

Mas no Brasil esse serviço tem muito ainda para crescer. Atualmente no País, cerca de 50 mil colmeias são alugadas por ano para atender as lavouras de maçã e melão, segundo um estudo da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP). Já nos Estados Unidos o número de colmeias chega a 2,5 milhões. Pela demanda de cultivos que precisam de polinização, o Brasil pode ultrapassar isso facilmente. O plano é o trabalho bem feito no campo com boas práticas agrícolas e respeito ao meio ambiente.