Mandioca raiz é brasileira. Mandioca Nutella também (rs!)
Brincadeiras à parte, confira a história do alimento com DNA verde e amarelo e que conquistou o mundo
Ingrediente base de farinhas, caldos e receitas tradicionais como a tapioca, o sagu e o pão de queijo, a mandioca é uma fonte tão rica em energia quanto em nomes atribuídos a ela. Afinal, dependendo da região do País, essa raiz pode ter um nome diferente: macaxeira, aipim, castelinha, uaipi, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva e maniveira. Internacionalmente, ela é conhecida por cassava.
O fato é que o alimento é de uma planta originária da América do Sul e, ao que tudo indica, se desenvolveu mesmo no Brasil. Um estudo de um pesquisador americano revelou que populações selvagens de uma subespécie da planta podem ter gerado as espécies de mandioca domesticada.
Essas plantas selvagens foram identificadas no Centro-Oeste do Brasil, onde a mandioca provavelmente foi domesticada pela primeira vez há cerca de 10 mil anos. Do território brasileiro, o cultivo se espalhou pelo mundo, através das Américas por meio da cultura dos povos pré-colombianos.
Pura energia
A mandioca constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. O seu consumo só pode ocorrer depois de cozimento que reduz a concentração de uma substância chamada cianeto de hidrogênio (HCN) para níveis muito reduzidos. O composto é perigoso se ingerido.
A quantidade de HCN divide a mandioca em dois tipos: a mandioca-brava, que possui níveis de HCN superior a 100 miligramas por quilo; e a mandioca mansa, a mais cultivada para o consumo, que possui menos de 50 miligramas de HCN por quilo.
A mandioca cozida contém cálcio, magnésio, fósforo, potássio e vitamina C. É uma fonte rica em calorias e carboidratos. Cozido, o alimento possui 125 calorias e 30 gramas de carboidratos a cada porção de 100 gramas.
Produção nacional e no mundo
Pode-se dizer que a lavoura da mandioca está espalhada em todo o território brasileiro, no entanto, os maiores Estados produtores são o Pará, Paraná, São Paulo, Amazonas e Mato Grosso do Sul. Juntos eles respondem por 58,6% da colheita nacional, que nessa safra de 2021 é de 18,9 milhões de toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Pará colherá este ano 4,04 milhões de toneladas (21,4% da safra brasileira); o Paraná, 3,29 milhões de toneladas (17,4%); São Paulo, 1,7 milhão de toneladas (9%); o Amazonas, 1,05 milhão de toneladas (5,5%); e Mato Grosso do Sul colherá 1,01 de toneladas, respondendo por 5,4% da produção nacional de mandioca.
Apesar de ter se desenvolvido em solo brasileiro, o rei mundial de produção é a Nigéria, que colheu em 59,2 milhões de toneladas em 2019, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês). É seguido por Congo, com 40,1 milhões de toneladas; Tailândia, com 31,1 milhões de toneladas; Gana, com 22,4 milhões de toneladas; e em 5º está o Brasil, que em 2019, colheu 17,5 milhões de toneladas.
Curiosidades
O nome “mandioca” vem do termo tupi mãdi’og, mandi-ó ou mani-oca, que significa “casa de Mani”. Mani é uma deusa bondosa para a tradição dos guaranis. “Aipim” origina-se do termo tupi “ai’pi”, que se traduz em “de raiz enxuta” e “mandioca mansa”. Já a palavra “maniva” vem do termo tupi “mani’iwa”.
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