Café: da lenda africana ao domínio brasileiro

Café: da lenda africana ao domínio brasileiro

Conheça a história por trás da bebida mais apreciada em todo o mundo

Por trás de uma xícara de café há uma história incrível, que começa lá Etiópia até chegar no Brasil, o maior território de cultivo de mundo. Há uma lenda datada de 850 d.C. que conta a história de um pastor de ovelhas etíope chamado Kaldi ou Khalid. Ele seria o descobridor da planta do café, ao perceber que seus animais ficavam agitados após comerem os frutos de uma planta – era o fruto do cafeeiro.

Seria a partir dessa história que os etíopes começaram a fazer o uso do fruto, alimentando-se de sua polpa doce, macerada ou misturada em banha nas refeições. As folhas da planta também eram mastigadas ou utilizadas no preparo de chá. Produziam também um suco fermentado que se transformava em bebida alcoólica.

Mas foi graças aos árabes que tomaram conhecimento do fruto e aperfeiçoaram as técnicas de cultivo da planta e a preparação do café. As plantas foram denominadas kaweh e sua bebida recebeu o nome de kahwah ou cahue, que significa “força” em árabe.

Os europeus possivelmente passaram a beber café depois do século 17, hábito que se expandiu rapidamente pelo continente. Esse aumento do consumo do café na Europa e depois nos EUA explica até certo ponto o crescimento da produção do café no Brasil a partir do início do século 19.

Da Guiana Francesa ao Brasil

As primeiras mudas de café foram plantadas ainda pelos idos de 1720, na província do Pará. Francisco de Melo Palheta, um militar luso-brasileiro, foi o responsável pela introdução do cultivo do café no Brasil e em Portugal. Palheta trouxe as primeiras sementes da planta após uma viagem à Guiana Francesa.

As primeiras grandes lavouras de café surgiram na Baixada Fluminense e no Vale do rio Paraíba, nas províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. O solo e o clima da região favoreceram a produção do café, que se destinava a atender ao mercado consumidor da Europa e dos Estados Unidos.

A partir de 1837, o café tornou-se o principal produto de exportação do Brasil na época do Império. Foi graças a ele que o País começou a experimentar a modernização, com a construção de ferrovias e a urbanização de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, bem como algumas cidades do interior paulista, como Campinas.

Liderança verde e amarela

Atualmente o Brasil é o maior produtor do grão verde no mundo. Das 10,2 milhões de toneladas de café verde colhido globalmente, o agro nacional respondeu 29,6% desse total, com 3 milhões de toneladas. Os dados são de 2019, o mais recente sobre a safra estimada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). Logo atrás do Brasil está o Vietnã, com 16,6% da produção, a Colômbia, com 8,7%, a Indonésia, com 7,5%, e a Etiópia, com 4,8%.

A produção refere-se a dois tipos de café: o arábica, mais indicado para a bebida coada – nas máquinas ou coador –, e o conilon, ideal para a fabricação do café solúvel. Minas Gerais se tornou o maior polo de produção do café arábica, com 66,1% da produção; e o Espírito Santo, a referência nacional para o café conilon, com 68%, da produção.

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